Exames toxicológicos confirmam uso de substâncias ilícitas pelo condutor da carreta envolvida na tragédia
23 de Janeiro de 2025 às 07h50

Motorista de carreta que causou acidente com 39 mortes em MG usou cocaína e ecstasy

Exames toxicológicos confirmam uso de substâncias ilícitas pelo condutor da carreta envolvida na tragédia

O caminhoneiro Arilton Bastos Alves, de 49 anos, foi preso na manhã desta terça-feira, 21, em Barra de São Francisco, no Espírito Santo, após ser identificado como o responsável pelo acidente que resultou na morte de 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, em 21 de dezembro de 2024.

A prisão preventiva de Alves foi decretada pela Justiça de Minas Gerais após a constatação de que ele estava sob efeito de substâncias ilícitas, incluindo cocaína e ecstasy, no momento do acidente. Os exames toxicológicos realizados dois dias após o incidente também revelaram a presença de álcool e antidepressivos, como alprazolam e venlafaxina, em seu organismo.

O acidente, que ocorreu na madrugada do dia 21 de dezembro, envolveu uma carreta carregada com blocos de granito, um ônibus de viagem e um carro de passeio. O impacto da colisão foi devastador, resultando em 39 mortes, incluindo a de uma criança, e deixando vários feridos.

De acordo com a Polícia Civil, a carreta estava transportando cerca de 30 toneladas acima do limite permitido e Alves dirigia a uma velocidade de 90 km/h, superando o limite de 80 km/h estabelecido para a via. A investigação aponta que o excesso de carga e a velocidade excessiva foram fatores determinantes para a gravidade do acidente.

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Em coletiva de imprensa, a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Letícia Gamboge, destacou que os exames toxicológicos indicaram que o condutor estava sob efeito de várias substâncias, o que comprometeu sua capacidade de condução. “Esses exames permitem indicar de forma precisa que, no momento do acidente, o condutor estava sob o efeito dessas substâncias, o que compromete sua capacidade de condução”, afirmou.

O motorista, que havia fugido do local do acidente, se apresentou à polícia dois dias depois, mas foi liberado na ocasião. Após a reabertura do caso, novos elementos surgiram nas investigações, levando à decretação de sua prisão.

A defesa de Alves manifestou surpresa com a prisão, alegando que o caso ainda está em fase de investigação e que todas as medidas legais cabíveis serão tomadas para garantir seus direitos. O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, considerou a gravidade dos fatos e a reincidência do motorista em dirigir sob efeito de substâncias ilícitas ao decidir pela prisão preventiva.

O acidente gerou grande comoção na região e levantou questões sobre a segurança nas estradas brasileiras, especialmente na BR-116, conhecida por ser uma das rodovias mais perigosas do país. Em 2023, a rodovia registrou 559 mortes, sendo 155 delas em Minas Gerais.

As investigações continuam e novos exames periciais serão realizados para complementar o inquérito policial. A tragédia não apenas ceifou vidas, mas também deixou famílias devastadas e questionamentos sobre a responsabilidade e a segurança no transporte rodoviário.

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