México nega permissão para pouso de avião militar com deportados dos EUA
A recusa do governo mexicano ocorreu em meio a tensões nas relações com os EUA, que deportaram imigrantes.
O governo do México negou um pedido do governo dos Estados Unidos para que uma aeronave militar, transportando migrantes deportados, pousasse em seu território. A informação foi confirmada por autoridades de ambos os países à agência de notícias Reuters.
A recusa do México não foi detalhada oficialmente. Em uma declaração emitida na noite de ontem, o Ministério das Relações Exteriores mexicano afirmou que mantém um “relacionamento muito bom” com os Estados Unidos e que colabora em questões de imigração, mas não comentou especificamente sobre o incidente.
Na mesma ocasião, a aeronave militar dos EUA realizou dois voos para a Guatemala, transportando cerca de 160 migrantes. Entretanto, o plano de realizar um pouso no México com um avião de transporte C-17 foi frustrado após a negativa do país.
O governo do ex-presidente Donald Trump havia intensificado as deportações de imigrantes, uma promessa de campanha que culminou na declaração de emergência nacional nas fronteiras. Trump também anunciou o envio de mais de 1.500 soldados para a fronteira com o México.
Com a nova gestão, a situação se tornou ainda mais delicada. O governo atual dos EUA, sob a liderança do presidente Joe Biden, também enfrentou desafios relacionados à imigração e à aceitação de refugiados. Recentemente, o governo mexicano anunciou a construção de abrigos ao longo da fronteira para acomodar os migrantes deportados.
O México, que já havia se comprometido a aceitar de volta seus cidadãos deportados, agora se vê em uma situação complicada, especialmente com o aumento das tensões entre os dois países. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, mencionou que a adoção de certas medidas, como o programa Remain in Mexico (Permaneça no México), requereria o consentimento do país, o que não ocorreu.
Além disso, a situação se agrava com a recente classificação dos cartéis de drogas mexicanos como organizações terroristas pelo governo dos EUA, o que pode impactar ainda mais as relações bilaterais. Trump também ameaçou implementar tarifas sobre produtos mexicanos, aumentando as incertezas econômicas.
Enquanto isso, o México continua a preparar sua resposta à crise de imigração, com a construção de abrigos e a coordenação de esforços com organizações locais para apoiar os deportados. O futuro das relações entre México e Estados Unidos permanece incerto, à medida que ambos os governos lidam com os desafios impostos pela imigração e pela segurança na fronteira.
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