Investigação aponta colisão com pássaros como causa de acidente aéreo na Coreia do Sul
Relatório preliminar revela que penas e sangue de aves foram encontrados nos motores do Boeing da Jeju Air que caiu em dezembro.
As autoridades da Coreia do Sul apresentaram, nesta segunda-feira, 27, um relatório preliminar sobre o trágico acidente aéreo que resultou na morte de 179 pessoas em dezembro. O documento foi enviado à Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e a autoridades dos Estados Unidos, França e Tailândia, detalhando as primeiras descobertas da investigação.
O acidente, considerado o mais mortal da história sul-coreana, ocorreu com um Boeing 737-800 da companhia aérea Jeju Air, que realizava um voo de Bangkok, na Tailândia, para o Aeroporto Internacional de Muan. Durante uma aterrissagem de emergência, a aeronave não acionou o trem de pouso e colidiu com um muro de concreto, resultando em uma explosão.
O relatório, que se debruçou sobre a possível “colisão da aeronave com pássaros”, revelou que penas e manchas de sangue de aves foram encontradas em ambos os motores do avião. “Essas atividades de investigação completa visam determinar a causa precisa do acidente”, afirmaram os responsáveis pela análise.
De acordo com o documento, os pilotos notaram a presença de pássaros enquanto se aproximavam do aeroporto. Um vídeo de segurança registrou a aeronave se aproximando do bando de aves, e a equipe de voo emitiu um sinal de emergência, conhecido como “mayday”, após a colisão.
O governo sul-coreano já havia anunciado que o muro de concreto, que foi apontado como um dos fatores que contribuíram para o desastre, será removido e substituído por estruturas mais seguras. O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, destacou que essas ações são necessárias para evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro.
O relatório também revelou que as caixas-pretas do avião pararam de registrar dados cerca de quatro minutos antes do acidente. Isso complicou a investigação, que já enfrenta desafios devido à gravidade da colisão e ao incêndio subsequente.
Os motores da aeronave foram recuperados e analisados por especialistas, que confirmaram a presença de penas de aves, identificadas como pertencentes a marrecos do Baikal, uma espécie de pato. Essa informação foi corroborada por análises de DNA realizadas em amostras coletadas no local do acidente.
As autoridades sul-coreanas estão comprometidas em revisar as estruturas de segurança em aeroportos em todo o país, com o objetivo de minimizar riscos de colisões com aves. A modificação das barreiras de concreto em sete aeroportos está entre as ações planejadas para garantir a segurança dos voos.
O acidente de 29 de dezembro, que vitimou a maioria dos 181 passageiros e tripulantes a bordo, deixou uma marca profunda na história da aviação sul-coreana. A investigação continua em andamento, com a expectativa de um relatório final a ser publicado dentro de um ano, conforme exigido pela ICAO.
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