Donald Trump critica Brasil e impõe ameaças de tarifas em discurso na Flórida
O presidente dos EUA afirma que o Brasil e outros países tentam prejudicar o comércio americano com tarifas elevadas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o Brasil em um discurso realizado na última segunda-feira, 27, durante um evento do Partido Republicano na Flórida. Trump afirmou que o Brasil é um dos países que impõem tarifas elevadas sobre produtos americanos, o que, segundo ele, prejudica a economia dos EUA. “A China é um grande criador de tarifas, assim como a Índia, o Brasil e muitos outros países. Não vamos permitir que isso continue, porque vamos colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”, declarou Trump.
Durante sua fala, o presidente americano destacou que o governo está disposto a retaliar as tarifas impostas por nações estrangeiras. “Vamos colocar tarifas em países estrangeiros e em pessoas de fora que realmente nos fazem mal”, enfatizou. A retórica de Trump sugere um aumento nas taxas de importação como uma forma de proteger a economia americana e promover a geração de empregos no país.
Trump argumentou que o aumento das tarifas para produtos importados permitiria uma redução nos impostos sobre trabalhadores e empresas nos Estados Unidos. “Um grande número de empregos e fábricas voltarão para casa”, afirmou, referindo-se ao impacto positivo que sua política comercial poderia ter na economia local.
O presidente também mencionou que o modelo econômico que está propondo incentiva empresas estrangeiras a estabelecerem suas operações nos EUA para evitar tarifas. “Se você quiser parar de pagar impostos ou tarifas, terá que construir sua fábrica bem aqui nos Estados Unidos”, disse Trump, reforçando seu apoio a setores como o farmacêutico, de semicondutores e de aço.
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é significativa, com os EUA ocupando a posição de segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil importou cerca de R$ 40,5 bilhões em produtos americanos, enquanto as exportações brasileiras para os EUA totalizaram aproximadamente US$ 40 bilhões. Essa dinâmica resulta em um déficit comercial de US$ 253 milhões entre os dois países.
Recentemente, as relações entre os EUA e países latino-americanos se tornaram mais tensas. No fim de semana, Trump teve um desentendimento com o presidente colombiano Gustavo Petro, que se opôs à entrada de dois aviões com imigrantes deportados. A pressão sobre Petro levou o presidente colombiano a recuar e concordar em receber seus cidadãos de volta.
Além disso, um voo com brasileiros que relataram maus-tratos durante a deportação chegou a Manaus no último sábado, 25. O governo brasileiro manifestou repúdio ao tratamento dispensado aos seus cidadãos e busca negociar melhores condições para o retorno. No entanto, a situação é complexa, especialmente considerando a postura de Trump em relação à América Latina.
Trump deixou claro sua visão sobre as relações com o Brasil, afirmando: “Eles precisam de nós. Muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles”. Essa declaração reflete a estratégia do presidente americano de priorizar os interesses dos EUA em detrimento de acordos comerciais mais flexíveis com países latino-americanos.
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