O Copom deve anunciar hoje um aumento na taxa Selic, enquanto o Fed mantém juros nos EUA. Análises apontam para pressões inflacionárias.
29 de Janeiro de 2025 às 10h52

Expectativa de alta de 1 ponto na Selic marca nova fase sob comando de Galípolo

O Copom deve anunciar hoje um aumento na taxa Selic, enquanto o Fed mantém juros nos EUA. Análises apontam para pressões inflacionárias.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil está prestes a anunciar uma nova elevação na taxa Selic, que deve passar de 12,25% para 13,25% ao ano. Este aumento de 1 ponto percentual é esperado para hoje, 29 de janeiro, e marca a estreia de Gabriel Galípolo na presidência da autoridade monetária brasileira. A decisão ocorre em um cenário de pressão inflacionária e aumento no valor do dólar, que tem impactado a economia nacional.

Essa será a quarta alta consecutiva da Selic, refletindo a continuidade de uma política monetária contracionista. Em sua última reunião, o Copom já havia sinalizado a intenção de elevar os juros em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março, justificando a medida pela necessidade de conter a inflação e as incertezas econômicas externas.

O mercado está atento à comunicação que acompanhará a decisão do Copom. As expectativas são de que o novo presidente mantenha o foco em uma política monetária rigorosa, especialmente diante do agravamento das pressões inflacionárias e da recente valorização do dólar. O último boletim Focus, que compila as previsões de instituições financeiras, indicou um aumento na projeção de inflação para 2025, que passou de 4,96% para 5,5%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Além da alta da Selic, a reunião de hoje também é importante para entender a trajetória futura da política monetária. O Copom deve deixar claro se manterá a estratégia de aumento dos juros nos próximos encontros ou se abrirá espaço para ajustes, dependendo do cenário econômico. A expectativa é que o colegiado mantenha a indicação para a reunião de março, mas que o cenário para o segundo trimestre permaneça em aberto.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

No contexto internacional, o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos também está em foco. Espera-se que o banco central americano mantenha os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, sem grandes mudanças em relação à última reunião. A comunicação do Fed será acompanhada de perto, especialmente durante a coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell, que pode abordar os impactos das políticas econômicas do governo Trump, como tarifas comerciais e cortes de impostos, que são vistos como potenciais fontes de inflação.

O mercado financeiro está em alerta, pois qualquer sinalização do Fed sobre a possibilidade de novos aumentos de juros pode impactar as expectativas de crescimento econômico nos EUA e, consequentemente, influenciar a economia brasileira. A relação entre as políticas monetárias dos dois países é crucial, especialmente em um momento em que o Brasil busca estabilizar sua economia diante de pressões inflacionárias.

Os analistas acreditam que a decisão do Copom de hoje não apenas reafirma a independência do Banco Central, mas também estabelece um novo padrão sob a liderança de Galípolo, que assume o cargo em um momento delicado para a economia brasileira. A alta da Selic, embora necessária para controlar a inflação, pode ter implicações no crescimento econômico, uma vez que encarece o crédito e pode desestimular o consumo.

O Copom se reúne a cada 45 dias para reavaliar a situação econômica e ajustar a Selic conforme necessário. A reunião de hoje, portanto, não é apenas uma formalidade, mas um momento decisivo que pode moldar a política monetária brasileira nos próximos meses. A expectativa é que o anúncio final ocorra ao longo do dia, trazendo mais clareza sobre os rumos da economia nacional.

Veja também:

Tópicos: