Desaprovação de Lula atinge 51% devido à queda de apoio no Nordeste, diz pesquisa
Pesquisa PoderData revela que o apoio ao governo Lula despencou na região que sempre foi reduto do petismo.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma desaprovação recorde, alcançando 51% entre os eleitores brasileiros, conforme aponta a pesquisa PoderData, realizada entre os dias 25 e 27 de janeiro. Este cenário é marcado por uma queda significativa de apoio no Nordeste, região historicamente considerada um bastião eleitoral do petista. Atualmente, 42% dos entrevistados aprovam a gestão do presidente.
A pesquisa revela que a desaprovação no Nordeste, que antes era de 35%, subiu para 43%, enquanto a aprovação caiu de 55% para 51%. Essa mudança drástica reduziu a vantagem de Lula na região de 20 para apenas 8 pontos percentuais, refletindo um descontentamento crescente entre os eleitores nordestinos.
Este é o terceiro momento em que a desaprovação supera a aprovação desde o início do mandato, e a diferença de 9 pontos percentuais está além da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos para mais ou para menos. O levantamento foi realizado por meio de ligações para celulares e telefones fixos, totalizando 2.500 entrevistas em 219 municípios, abrangendo todas as 27 unidades da Federação.
Outro aspecto preocupante para o governo é a perda de apoio entre os eleitores que votaram em Lula nas eleições de 2022. A pesquisa indica que, mesmo entre os lulistas, a confiança na gestão não é mais garantida. A insatisfação com a economia e a falta de respostas rápidas para questões como o aumento do custo de vida têm gerado frustração.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), expressou sua preocupação em entrevista ao jornal O Globo, afirmando que a sustentabilidade do apoio ao presidente no Nordeste não está assegurada. Ela ressaltou que o governo precisará intensificar seus esforços para atender às expectativas da população local e reforçar sua presença na região.
“O governo tem que se fazer mais presente exatamente aqui no Nordeste. Não só Lula, mas também os ministros”, disse Fátima Bezerra, enfatizando a necessidade de acelerar obras de infraestrutura, especialmente nas áreas de segurança hídrica.
Além disso, a pesquisa revela que a insatisfação aumentou entre aqueles que votaram em Lula em 2022. No início do mandato, apenas 10% desse grupo desaprovavam a gestão; agora, esse número subiu para 23%. O percentual de apoiadores que ainda avaliam o governo positivamente caiu de 87% para 73% no mesmo período.
A insatisfação também é evidente entre os brasileiros que recebem até dois salários mínimos. Nesse grupo, a desaprovação do governo é de 48%, enquanto a aprovação é de 43%. A tendência se repete no Nordeste, onde, apesar de Lula ainda contar com a maioria do apoio, os números são significativamente menores do que no início de seu mandato.
O levantamento também analisou a percepção dos eleitores sobre o trabalho pessoal de Lula, separando sua imagem da gestão como um todo. Os resultados mostram um aumento na rejeição ao presidente, com 41% dos entrevistados avaliando sua atuação como “ruim” ou “péssima”, um aumento em relação aos 33% registrados em dezembro.
Por outro lado, aqueles que consideram sua atuação “ótima” ou “boa” caíram de 27% para 24%. Outros 33% classificam seu desempenho como “regular”, enquanto 3% não souberam opinar. A pesquisa reafirma a necessidade de uma resposta rápida e eficaz do governo para reverter esse quadro desafiador.
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