O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, retirou a segurança do ex-chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, após críticas ao ex-presidente.
29 de Janeiro de 2025 às 16h15

Pentágono revoga proteção de Mark Milley, general crítico de Trump

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, retirou a segurança do ex-chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, após críticas ao ex-presidente.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou a revogação da proteção pessoal do general aposentado Mark Milley, ex-chefe do Estado-Maior Conjunto, que se destacou durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump. A decisão foi divulgada pelo Pentágono na terça-feira (28).

Milley, que serviu sob a administração de Trump, tornou-se um crítico aberto do ex-presidente, referindo-se a ele como “fascista” e afirmando que suas ações estavam causando “um dano grande e irreparável” à democracia americana. As críticas de Milley se intensificaram após os eventos de 6 de janeiro de 2021, quando ocorreu a invasão do Capitólio.

A revogação da proteção ocorre em um contexto de tensões entre o ex-general e Trump, que, em ocasiões anteriores, chegou a sugerir que Milley deveria ser punido por manter conversas secretas com autoridades chinesas. A segurança de Milley havia sido concedida devido a ameaças recebidas, especialmente relacionadas a operações militares no Oriente Médio.

Além de Milley, a decisão de Hegseth também afeta outros ex-funcionários críticos de Trump, que tiveram suas proteções revogadas desde o início do segundo mandato do ex-presidente. Entre eles estão o ex-secretário de Estado Mike Pompeo e o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, ambos também ameaçados por autoridades iranianas.

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Em comunicado, Hegseth informou que Milley não só perderia sua equipe de segurança pessoal, mas também a autorização para dispositivos de segurança. Essa decisão foi justificada pela Casa Branca, que afirmou que os ex-funcionários possuem recursos suficientes para custear sua própria segurança privada.

Mark Milley, que comandou o Exército dos Estados Unidos durante os últimos 15 meses do primeiro mandato de Trump, também serviu sob a presidência de Joe Biden, que lhe concedeu indulto preventivo em seu último dia de mandato, visando protegê-lo de possíveis retaliações políticas.

A nova administração já havia retirado a proteção de segurança de outros ex-altos funcionários, como Anthony Fauci, ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que enfrentou ameaças durante a pandemia de covid-19, e Brian Hook, ex-enviado especial para o Irã.

O clima de tensão entre Trump e seus opositores políticos se intensificou, com o ex-presidente prometendo represálias contra aqueles que considera parte do que ele chama de “Estado profundo”. Essa dinâmica reflete um cenário político polarizado e a crescente divisão entre apoiadores e críticos do ex-presidente.

A retirada da proteção de segurança de Milley destaca as repercussões das críticas feitas por ele e a fragilidade das relações entre os altos escalões do governo e a administração atual, que busca distanciar-se de figuras associadas ao governo anterior.

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