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Zelensky hesita em assinar acordo mineral com os EUA devido a exigências controversas
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está relutante em firmar um acordo que exigiria concessões significativas de recursos naturais ao governo dos EUA.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está "não pronto" para assinar um acordo que facilitaria o acesso dos Estados Unidos a minerais raros do país, conforme relatado por uma fonte próxima ao governo ucraniano. A hesitação de Zelensky reflete preocupações sobre as exigências do acordo, que incluem a entrega de uma parte significativa das receitas provenientes dos recursos naturais da Ucrânia.
O acordo em questão, que está sendo negociado com o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi descrito como "problemático" por diversas fontes. A proposta atual exige que a Ucrânia ceda até 50% de suas receitas de minerais, gás, petróleo e outros recursos, o que foi considerado inaceitável por Zelensky e sua equipe.
De acordo com informações da mídia, a proposta anterior foi rejeitada porque não incluía garantias de segurança, algo que a Ucrânia considera essencial, especialmente em meio à invasão russa que já dura quase três anos. A nova versão do acordo, apresentada em 21 de fevereiro, mantém muitas das cláusulas que haviam sido anteriormente recusadas.
A fonte ucraniana afirmou: "Na forma em que o rascunho se encontra atualmente, o presidente não está pronto para aceitar. Estamos tentando fazer mudanças e adicionar construtividade ao acordo." Essa posição reflete uma tentativa de Zelensky de garantir que qualquer compromisso com os EUA também inclua medidas de segurança que protejam a soberania ucraniana.
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O ex-presidente Trump, por sua vez, tem insistido que o acesso aos recursos minerais da Ucrânia é uma compensação necessária pelos bilhões de dólares em ajuda financeira que os EUA forneceram ao país durante o conflito. Trump mencionou a cifra de 500 bilhões de dólares como um valor que a Ucrânia deveria considerar em troca do apoio militar e econômico.
O descontentamento de Zelensky com as condições do acordo se intensificou após uma série de trocas de palavras entre ele e Trump, que chegou a rotulá-lo de "ditador" em uma postagem nas redes sociais. A relação entre os dois líderes tem se mostrado tensa, com Zelensky buscando reafirmar a posição da Ucrânia como um parceiro igualitário nas negociações.
Além disso, a Ucrânia possui reservas significativas de minerais raros, como lítio e titânio, que são cruciais para a indústria moderna, especialmente em um momento em que a demanda global por esses recursos está aumentando. O governo ucraniano está ciente de que a exploração desses recursos pode ser uma oportunidade econômica, mas não à custa de sua soberania e segurança.
Embora Zelensky tenha expressado disposição para negociar um acordo que beneficie ambas as partes, ele enfatizou que qualquer tratado deve incluir garantias adequadas de segurança. O presidente ucraniano destacou que seu país não pode ser visto apenas como um fornecedor de matérias-primas, mas sim como um parceiro estratégico no cenário global.
As negociações continuam, e a possibilidade de um acordo ainda está em aberto, mas a resistência de Zelensky em aceitar as condições atuais do rascunho do acordo demonstra a complexidade e a delicadeza da situação. A Ucrânia busca não apenas apoio econômico, mas também uma estrutura de segurança que proteja seus interesses a longo prazo.
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