O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está relutante em firmar um acordo que exigiria concessões significativas de recursos naturais ao governo dos EUA.
22 de Fevereiro de 2025 às 15h24

Zelensky hesita em assinar acordo mineral com os EUA devido a exigências controversas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está relutante em firmar um acordo que exigiria concessões significativas de recursos naturais ao governo dos EUA.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está "não pronto" para assinar um acordo que facilitaria o acesso dos Estados Unidos a minerais raros do país, conforme relatado por uma fonte próxima ao governo ucraniano. A hesitação de Zelensky reflete preocupações sobre as exigências do acordo, que incluem a entrega de uma parte significativa das receitas provenientes dos recursos naturais da Ucrânia.

O acordo em questão, que está sendo negociado com o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi descrito como "problemático" por diversas fontes. A proposta atual exige que a Ucrânia ceda até 50% de suas receitas de minerais, gás, petróleo e outros recursos, o que foi considerado inaceitável por Zelensky e sua equipe.

De acordo com informações da mídia, a proposta anterior foi rejeitada porque não incluía garantias de segurança, algo que a Ucrânia considera essencial, especialmente em meio à invasão russa que já dura quase três anos. A nova versão do acordo, apresentada em 21 de fevereiro, mantém muitas das cláusulas que haviam sido anteriormente recusadas.

A fonte ucraniana afirmou: "Na forma em que o rascunho se encontra atualmente, o presidente não está pronto para aceitar. Estamos tentando fazer mudanças e adicionar construtividade ao acordo." Essa posição reflete uma tentativa de Zelensky de garantir que qualquer compromisso com os EUA também inclua medidas de segurança que protejam a soberania ucraniana.

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O ex-presidente Trump, por sua vez, tem insistido que o acesso aos recursos minerais da Ucrânia é uma compensação necessária pelos bilhões de dólares em ajuda financeira que os EUA forneceram ao país durante o conflito. Trump mencionou a cifra de 500 bilhões de dólares como um valor que a Ucrânia deveria considerar em troca do apoio militar e econômico.

O descontentamento de Zelensky com as condições do acordo se intensificou após uma série de trocas de palavras entre ele e Trump, que chegou a rotulá-lo de "ditador" em uma postagem nas redes sociais. A relação entre os dois líderes tem se mostrado tensa, com Zelensky buscando reafirmar a posição da Ucrânia como um parceiro igualitário nas negociações.

Além disso, a Ucrânia possui reservas significativas de minerais raros, como lítio e titânio, que são cruciais para a indústria moderna, especialmente em um momento em que a demanda global por esses recursos está aumentando. O governo ucraniano está ciente de que a exploração desses recursos pode ser uma oportunidade econômica, mas não à custa de sua soberania e segurança.

Embora Zelensky tenha expressado disposição para negociar um acordo que beneficie ambas as partes, ele enfatizou que qualquer tratado deve incluir garantias adequadas de segurança. O presidente ucraniano destacou que seu país não pode ser visto apenas como um fornecedor de matérias-primas, mas sim como um parceiro estratégico no cenário global.

As negociações continuam, e a possibilidade de um acordo ainda está em aberto, mas a resistência de Zelensky em aceitar as condições atuais do rascunho do acordo demonstra a complexidade e a delicadeza da situação. A Ucrânia busca não apenas apoio econômico, mas também uma estrutura de segurança que proteja seus interesses a longo prazo.

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