
Marcelo Rubens Paiva é agredido durante desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta em SP
O escritor, conhecido por 'Feliz Ano Velho', foi alvo de agressões durante o pré-carnaval em São Paulo.
O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de obras renomadas como “Feliz Ano Velho” e “Ainda Estou Aqui”, que inspirou o filme homônimo indicado ao Oscar deste ano, foi agredido neste domingo, 23, durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos mais tradicionais eventos de pré-carnaval em São Paulo.
As agressões ocorreram no início do cortejo, que desceu a Rua da Consolação, no centro da capital paulista, partindo do cruzamento com a Avenida Paulista. Um homem arremessou uma lata de bebida e uma mochila na direção do escritor, que, felizmente, não se feriu. Paiva é porta-estandarte do bloco desde sua fundação, há 16 anos.
Segundo a assessoria do bloco, o agressor não apresentou motivos para sua ação e foi imediatamente retirado do desfile pelos organizadores. Em comunicado, o Acadêmicos do Baixo Augusta lamentou o incidente: “Durante as homenagens ao Marcelo Rubens Paiva, um foliã jogou objetos na direção do escritor. Foi um susto, uma violência nunca vista. O triste ocorrido não apagou o brilho da homenagem”.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que a mochila é arremessada, atingindo a cabeça de Marcelo. O escritor, que é cadeirante, se locomovia pela área isolada e usava uma máscara da atriz Fernanda Torres, que interpretou sua mãe, Eunice Paiva, no filme “Ainda Estou Aqui”. Ele conseguiu desviar da mochila, que não o atingiu diretamente. Em outros registros, o agressor fez gestos obscenos em direção ao escritor e aos fotógrafos presentes.


Após as agressões, Marcelo Rubens Paiva permaneceu no bloco por mais algumas horas, posando para fotos ao lado da atriz Alessandra Negrini, rainha do bloco, e cantando com Wilson Simoninha, antes de retornar para sua residência. A reportagem tentou contato com o escritor, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Em entrevista ao canal GloboNews, Paiva expressou sua indignação: “O cara jogou uma mochila na cara, não entendi o que aconteceu. Já é meu 16º desfile e nunca fui atacado. Coisa estranha e não entendi o porquê. Jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira que quer se divertir, que faz isso há 16 anos, não entendi esse grau de violência”, afirmou.
A reportagem também buscou contato com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
Para garantir a segurança durante o carnaval, a cidade de São Paulo instalou 160 postos de atendimento e 30 torres de observação, com previsão de atrair cerca de 500 mil pessoas por dia nos 14 megablocos. O Comando de Aviação da PM também será utilizado para sobrevoar a capital com dois helicópteros Águia, a fim de apoiar as equipes em solo e atuar em ocorrências de salvamento.
O Baixo Augusta é um dos 601 blocos de rua que desfilam este ano, conforme a Prefeitura de São Paulo, que considera o carnaval paulistano como o maior do Brasil. A estimativa de público é de 16 milhões de pessoas, com previsão de retorno econômico de R$ 3,4 bilhões para a capital.
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