
Gleisi Hoffmann assume articulação política no governo Lula em substituição a Padilha
Presidente do PT será a nova ministra de Relações Institucionais, reforçando a liderança petista no governo
A deputada federal Gleisi Hoffmann, atual presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no lugar de Alexandre Padilha, que agora liderará o Ministério da Saúde. A posse de Hoffmann está marcada para o dia 10 de março.
A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 28, pelo Palácio do Planalto, e reflete a intenção de Lula de manter a articulação política do governo sob o controle do PT, afastando a influência de partidos do Centrão. Em suas redes sociais, Lula afirmou que Gleisi “vem para somar” e será fundamental para a interlocução entre o Executivo e o Legislativo.
“A companheira e deputada federal Gleisi vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República”, escreveu o presidente, destacando a importância da nova ministra na construção de um diálogo efetivo com os demais entes federados.
Gleisi Hoffmann, que é considerada uma das figuras mais influentes da ala mais à esquerda do PT, já havia sido alvo de críticas por sua postura radical, que alguns parlamentares acreditam que pode agravar a relação do governo com o Congresso. Um dirigente de um partido do Centrão chegou a afirmar que a nomeação é “inacreditável” e que Lula “está completamente alienado, sem noção da realidade”.


No entanto, a escolha de Hoffmann também é vista como uma estratégia de Lula para consolidar sua base de apoio, especialmente após a saída de Padilha, que enfrentou críticas durante sua gestão. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou a chamá-lo de “incompetente”, evidenciando a tensão entre o governo e o Legislativo.
Historicamente, Lula tem buscado equilibrar a composição de seu governo, mas nesta nova fase optou por manter os principais cargos de articulação política nas mãos de aliados do PT. Em governos anteriores, ele havia aberto espaço para líderes de outros partidos, mas agora parece decidido a centralizar o poder na sigla que o elegeu.
Aliados de Gleisi acreditam que, para compensar a escolha de uma petista para a SRI, Lula deverá indicar um nome de um partido do centro para a liderança do governo na Câmara, atualmente ocupada pelo petista José Guimarães. Essa estratégia pode ser uma tentativa de manter um diálogo com o Centrão, mesmo com a resistência em abrir mão de cargos-chave.
A articulação política do governo é considerada crucial para a aprovação de projetos no Congresso, e a escolha de Gleisi pode sinalizar um novo direcionamento nas relações entre o Executivo e o Legislativo. O presidente Lula, que tem enfrentado desafios em sua gestão, espera que a nova ministra consiga fortalecer a comunicação entre os diferentes poderes.
Com a posse de Gleisi, o governo Lula se prepara para uma nova fase, em que a articulação política será testada em meio a um cenário de incertezas e desafios. A expectativa é que a nova ministra consiga estabelecer um canal de diálogo mais eficaz, especialmente em um momento em que a relação com o Congresso é considerada delicada.
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