Casa Branca confirma que primeiros voos com imigrantes detidos já estão a caminho da base naval em Cuba.
04 de Fevereiro de 2025 às 18h20

EUA iniciam envio de imigrantes ilegais para Guantânamo sob ordem de Trump

Casa Branca confirma que primeiros voos com imigrantes detidos já estão a caminho da base naval em Cuba.

Na terça-feira, 4, os Estados Unidos deram início ao transporte de imigrantes ilegais para a Baía de Guantânamo, em Cuba. A informação foi confirmada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que anunciou que os primeiros voos militares já estão em andamento.

A medida faz parte de uma ordem do presidente Donald Trump, que na semana passada determinou ao Pentágono e ao Departamento de Segurança Interna que preparassem a base para receber até 30 mil imigrantes. Essa decisão ocorre em meio a um contexto de endurecimento das políticas de imigração do governo Trump.

“Hoje, os primeiros voos dos EUA para a Baía de Guantânamo com migrantes ilegais estão em andamento”, afirmou Leavitt durante uma entrevista à emissora Fox Business. O presidente Trump descreveu a prisão como um local “difícil de sair”, enfatizando que a base será utilizada para deter aqueles que considera os “piores criminosos” entre os imigrantes.

De acordo com informações oficiais, o primeiro voo militar transportou uma dúzia de imigrantes e se dirigiu à base, onde se espera que, nas próximas semanas, cheguem os primeiros 5.000 imigrantes que foram detidos em El Paso, Texas, e San Diego, Califórnia. Trump destacou que a transferência de imigrantes para Guantânamo duplicaria a capacidade de detenção do país.

O governo já mobilizou cerca de 300 membros das forças armadas para garantir a segurança na base e montar uma nova estrutura de tendas para acomodar os migrantes. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que a instalação será um “ativo” para a agência, ressaltando que o objetivo é aumentar a capacidade de detenção.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

As condições de detenção em Guantânamo têm gerado preocupações. Organizações de direitos humanos alertam que os imigrantes podem ser mantidos em condições inadequadas, sem acesso a serviços legais adequados. A base, que já abrigou prisioneiros acusados de terrorismo, é criticada por sua falta de transparência e pelas denúncias de abusos.

Trump, em sua defesa, argumenta que a medida é necessária para proteger a segurança nacional e evitar que criminosos retornem a seus países de origem. “Não confiamos em outros países para mantê-los presos porque não queremos que eles voltem”, declarou o presidente.

Embora a Casa Branca tenha enfatizado que a operação está em conformidade com a lei, especialistas jurídicos questionam a legalidade da transferência de imigrantes para fora do território dos EUA. A situação levanta debates sobre os direitos dos detidos e o tratamento que receberão na base militar.

A Baía de Guantânamo, inaugurada em 2002, foi criada como parte da resposta dos EUA aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Desde então, a instalação tem sido um símbolo de controvérsias envolvendo direitos humanos e políticas de detenção.

Com a nova política de imigração, o governo Trump busca reforçar sua posição contra a imigração irregular, que se tornou um tema central em sua administração. A expectativa é que a operação continue a gerar reações tanto a nível nacional quanto internacional, à medida que mais imigrantes sejam enviados para a base.

Veja também:

Tópicos: