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EUA iniciam envio de imigrantes ilegais para Guantânamo sob ordem de Trump
Casa Branca confirma que primeiros voos com imigrantes detidos já estão a caminho da base naval em Cuba.
Na terça-feira, 4, os Estados Unidos deram início ao transporte de imigrantes ilegais para a Baía de Guantânamo, em Cuba. A informação foi confirmada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que anunciou que os primeiros voos militares já estão em andamento.
A medida faz parte de uma ordem do presidente Donald Trump, que na semana passada determinou ao Pentágono e ao Departamento de Segurança Interna que preparassem a base para receber até 30 mil imigrantes. Essa decisão ocorre em meio a um contexto de endurecimento das políticas de imigração do governo Trump.
“Hoje, os primeiros voos dos EUA para a Baía de Guantânamo com migrantes ilegais estão em andamento”, afirmou Leavitt durante uma entrevista à emissora Fox Business. O presidente Trump descreveu a prisão como um local “difícil de sair”, enfatizando que a base será utilizada para deter aqueles que considera os “piores criminosos” entre os imigrantes.
De acordo com informações oficiais, o primeiro voo militar transportou uma dúzia de imigrantes e se dirigiu à base, onde se espera que, nas próximas semanas, cheguem os primeiros 5.000 imigrantes que foram detidos em El Paso, Texas, e San Diego, Califórnia. Trump destacou que a transferência de imigrantes para Guantânamo duplicaria a capacidade de detenção do país.
O governo já mobilizou cerca de 300 membros das forças armadas para garantir a segurança na base e montar uma nova estrutura de tendas para acomodar os migrantes. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que a instalação será um “ativo” para a agência, ressaltando que o objetivo é aumentar a capacidade de detenção.
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As condições de detenção em Guantânamo têm gerado preocupações. Organizações de direitos humanos alertam que os imigrantes podem ser mantidos em condições inadequadas, sem acesso a serviços legais adequados. A base, que já abrigou prisioneiros acusados de terrorismo, é criticada por sua falta de transparência e pelas denúncias de abusos.
Trump, em sua defesa, argumenta que a medida é necessária para proteger a segurança nacional e evitar que criminosos retornem a seus países de origem. “Não confiamos em outros países para mantê-los presos porque não queremos que eles voltem”, declarou o presidente.
Embora a Casa Branca tenha enfatizado que a operação está em conformidade com a lei, especialistas jurídicos questionam a legalidade da transferência de imigrantes para fora do território dos EUA. A situação levanta debates sobre os direitos dos detidos e o tratamento que receberão na base militar.
A Baía de Guantânamo, inaugurada em 2002, foi criada como parte da resposta dos EUA aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Desde então, a instalação tem sido um símbolo de controvérsias envolvendo direitos humanos e políticas de detenção.
Com a nova política de imigração, o governo Trump busca reforçar sua posição contra a imigração irregular, que se tornou um tema central em sua administração. A expectativa é que a operação continue a gerar reações tanto a nível nacional quanto internacional, à medida que mais imigrantes sejam enviados para a base.
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