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OEC, antiga Odebrecht, tem plano de recuperação judicial aprovado por credores
Após aprovação de 92% dos credores, OEC aguarda homologação judicial para reestruturação de dívidas
A OEC, construtora que é a principal operação da holding Novonor, antiga Odebrecht, obteve a aprovação de seu plano de recuperação judicial por 92% dos credores em assembleia realizada na última sexta-feira, 7. O processo de recuperação foi iniciado há cerca de oito meses e agora aguarda homologação pela Justiça.
Se o plano for homologado, as dívidas da OEC, que somam US$ 4,6 bilhões (aproximadamente R$ 26,5 bilhões), devem ser reduzidas para cerca de US$ 150 milhões (R$ 863 milhões). Essa informação foi confirmada pelo advogado Eduardo Munhoz, que representa a construtora no processo.
Munhoz destacou que “esse valor da dívida reestruturada pode variar em função das opções de pagamentos que os credores poderão eleger nos termos do plano”. Ele acrescentou que, “de forma aproximada, esses são os números relevantes” e que a substancial redução da dívida financeira permitirá à companhia voltar a investir e crescer.
Nos últimos meses, o plano da OEC enfrentou contestações, especialmente do Fidera Group, um fundo britânico que possui US$ 338 milhões em créditos contra a construtora. O fundo questionou a viabilidade do plano e a transparência de um empréstimo ancorado pelo banco BTG Pactual, alegando que não havia fundamentos econômicos que justificassem a recuperação proposta.
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O Fidera Group argumentou que não havia elementos suficientes para sustentar que a OEC se tornaria solvente. O fundo começou a adquirir papéis da OEC no ano passado, o que gerou discussões acaloradas sobre a reestruturação da empresa.
A recuperação judicial da OEC ocorre quase seis anos após a antiga Odebrecht ter anunciado a maior recuperação judicial da história do Brasil, quando a companhia listou R$ 98,5 bilhões em dívidas à Justiça. A situação da Odebrecht foi um dos principais desdobramentos da Operação Lava Jato, que expôs diversos escândalos de corrupção no país.
A recuperação judicial é um processo que permite às empresas renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades e a demissão de funcionários. Durante esse período, as organizações ficam desobrigadas de pagar aos credores por um tempo, mas devem apresentar um plano para regularizar suas contas e continuar operando.
Este mecanismo é uma tentativa de evitar a falência, proporcionando às empresas uma nova chance para se reestruturar e voltar a operar de forma sustentável.
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