Estudo do Ipea aponta que preço de medicamentos genéricos pode cair até 55%
Pesquisa revela que maior concorrência entre genéricos reduz preços e beneficia consumidores.
Um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a concorrência entre medicamentos genéricos pode levar a uma redução significativa nos preços, com queda que pode ultrapassar 50%. Os resultados do estudo foram divulgados no site do Ipea nesta segunda-feira, coincidentemente no dia em que se completam 26 anos da Lei Federal 9.787/1999, que regulamentou a introdução dos medicamentos genéricos no Brasil.
Os medicamentos genéricos são aqueles que podem ser comercializados após a quebra da patente do chamado “medicamento de referência”, geralmente ocorrendo 20 anos após o seu lançamento, embora haja exceções. Esses produtos possuem a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação farmacológica do medicamento original.
O estudo destaca que, após a entrada do primeiro genérico no mercado, os preços médios dos medicamentos caíram em torno de 20,8%. Com a introdução do terceiro genérico, a economia para os consumidores aumenta para aproximadamente 55,2%. Essa dinâmica de preços é um reflexo direto do aumento da concorrência.
Além disso, o Ipea lançou um artigo no livro intitulado Tecnologias e Preços no Mercado de Medicamentos, publicado em novembro do ano passado. O artigo, que pode ser acessado gratuitamente, foi escrito pelo pesquisador Romero Cavalcanti Barreto da Rocha e analisa os impactos da entrada de genéricos no mercado.
Os dados do estudo indicam que mercados com alta concentração de empresas enfrentam uma redução mais acentuada nos preços. Nesses casos, a entrada de genéricos pode resultar em uma diminuição de até 34% nos preços médios dos medicamentos.
Outro ponto abordado na pesquisa é o timing da introdução dos genéricos. Quando esses produtos são lançados logo após a perda da patente do medicamento de referência, a redução nos preços tende a ser maior. Atrasos na entrada dos genéricos podem, por outro lado, prejudicar essa diminuição.
Os resultados também mostram que a compra de medicamentos genéricos se tornou um hábito consolidado entre os brasileiros, representando atualmente 34% do total das vendas de medicamentos. Entre 2003 e 2019, o crescimento anual na comercialização de genéricos foi de 18,3%, um percentual que é três vezes maior do que o observado para outros tipos de medicamentos.
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