O presidente dos EUA, Donald Trump, busca corrigir práticas comerciais injustas com tarifas que igualam as de outros países.
14 de Fevereiro de 2025 às 08h01

Trump assina plano para impor tarifas recíprocas a parceiros comerciais

O presidente dos EUA, Donald Trump, busca corrigir práticas comerciais injustas com tarifas que igualam as de outros países.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira um memorando que determina a implementação de "tarifas recíprocas" em relação a seus parceiros comerciais. Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump declarou: “Decidi, para fins de justiça, que cobraria uma tarifa recíproca - ou seja, o que os países cobram dos Estados Unidos, nós também cobramos deles, nem mais, nem menos.”


O memorando enfatiza que "é política dos Estados Unidos reduzir nosso grande e persistente déficit comercial anual em bens e abordar outros aspectos injustos e desequilibrados do nosso comércio com parceiros estrangeiros". A iniciativa, chamada de "Plano Justo e Recíproco", visa contrabalançar acordos comerciais não recíprocos, determinando a tarifa equivalente para cada parceiro comercial.


De acordo com o plano, a administração de Trump trabalhará "de forma intensa" para examinar as relações comerciais não recíprocas com todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos. O documento afirma que essa abordagem terá um escopo abrangente, avaliando as relações comerciais não recíprocas.


Gary Clyde Hufbauer, um pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics, comentou que, sob as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), "reciprocidade" normalmente se referia ao equilíbrio geral entre concessões dadas e recebidas. No entanto, Trump redefiniu o conceito para aplicar-se de forma específica, país a país, em vez de considerar o equilíbrio geral.


“Com a reciprocidade definida por Trump, as tarifas dos EUA provavelmente seriam, em média, de 10 a 15 pontos percentuais mais altas. Em minha opinião, tarifas realmente prejudicam a economia dos EUA, pois, embora aumentem a receita, elas reduziriam o crescimento do PIB”, afirmou Hufbauer.


Especialistas alertam que essa lógica pode minar o princípio tradicional de equilíbrio geral sob a estrutura da OMC, o que poderia levar a fricções comerciais e impasses nas negociações, além de incentivar outros países a adotarem medidas de retaliação em resposta ao aumento das tarifas americanas.


Trump também afirmou que as tarifas serão determinadas caso a caso, com decisões previstas para serem anunciadas no início de abril. Ele destacou que outras nações podem evitar danos econômicos ao reduzir ou eliminar suas próprias tarifas sobre produtos americanos.


O Japão, por exemplo, está entre os países que serão avaliados, e um oficial da Casa Branca observou que, embora as taxas tarifárias do Japão sejam relativamente baixas, suas barreiras estruturais permanecem altas.

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