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Polícia Civil deflagra operação para prender 43 integrantes de quadrilha de roubo de celulares no Rio
A operação Omiros visa desarticular grupo que extorquia vítimas para desbloquear aparelhos roubados, usando ameaças e intimidações.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro lançou, na manhã desta terça-feira, a operação Omiros, com o objetivo de cumprir 43 mandados de prisão contra integrantes de uma organização criminosa especializada em roubo de celulares e extorsão. De acordo com a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), o grupo atuava de forma estruturada, ameaçando as vítimas por meio de mensagens e e-mails para obter senhas de acesso a contas bancárias e desbloquear os aparelhos, que eram posteriormente revendidos a preços elevados.
As investigações revelaram que a quadrilha operava em áreas de grande circulação, como Duque de Caxias, Bangu e Central do Brasil, onde realizavam os assaltos. Após a subtração dos celulares, um núcleo específico da organização entrava em ação para extorquir as vítimas, utilizando táticas de intimidação, como o envio de fotos de armas e ameaças diretas via WhatsApp e SMS.
Em uma das mensagens interceptadas, um criminoso disse a uma vítima: “Tenho seus dados e endereço. Meu interesse é a conta iCloud. Remove.” A mensagem foi acompanhada por uma imagem de uma arma, com a adição de que o criminoso tinha “nada a perder” e que a vítima tinha apenas dez minutos para agir.
Além das ameaças diretas, o grupo também aplicava golpes de phishing, induzindo as vítimas a fornecer informações pessoais em sites fraudulentos, o que permitia o desbloqueio dos celulares e acesso a aplicativos bancários. Os criminosos utilizavam informações obtidas na 'dark web' para reforçar suas ameaças e exigir pagamentos, alegando que os dados pessoais das vítimas seriam divulgados caso não fossem atendidas suas demandas.
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Quando não conseguiam as informações necessárias para desbloquear os aparelhos, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas. A quadrilha era composta por três núcleos operacionais: um responsável pela liderança e revenda dos celulares roubados, outro focado na adulteração dos aparelhos e um terceiro especializado em golpes de phishing e extorsão.
Para dificultar o rastreamento do dinheiro obtido com os crimes, a organização implementou um esquema de lavagem de dinheiro, distribuindo os valores em diversas contas bancárias de terceiros e realizando saques em espécie. Parte do lucro era repassada a traficantes, garantindo a continuidade do esquema com o apoio de grupos criminosos. Os repasses eram frequentemente feitos para a favela do Rato Molhado, na Zona Norte, e para o Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias.
Os integrantes da quadrilha costumavam ostentar o dinheiro obtido ilicitamente em redes sociais, exibindo bens de alto valor e promovendo festas financiadas pelo crime. A operação Omiros, portanto, representa um esforço significativo para desarticular uma rede que, além de lucrar com o roubo de celulares, aterrorizava a população com ameaças e chantagens.
Até o momento, pelo menos 20 pessoas já foram presas durante a operação, que busca desmantelar essa organização criminosa que opera com brutalidade e violência, colocando em risco a vida de suas vítimas.
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