
Tesouro Nacional realiza emissão de títulos de 10 anos no mercado internacional
Com vencimento em 2035, operação conta com a participação de Bradesco, JP Morgan e Morgan Stanley.
O Tesouro Nacional anunciou, nesta terça-feira (18), a emissão de títulos de 10 anos no mercado internacional, com vencimento previsto para 2035. A operação tem como objetivo dar continuidade à estratégia de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólares, além de antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.
Os bancos Bradesco, JP Morgan e Morgan Stanley estão liderando a operação, que se destaca como a primeira emissãode títulos externos do ano. A expectativa é que o resultado da emissão seja divulgado ao final do dia de hoje.
De acordo com o comunicado oficial, a operação visa fornecer uma referência para o setor corporativo e contribuir para a formação de preços no mercado internacional. A taxa inicial de remuneração sugerida aos investidores foi de 7,05%, conforme informações de fontes ligadas ao mercado financeiro.
Em janeiro, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, havia mencionado o interesse em realizar uma nova emissão externa, mas ressaltou que o momento era de avaliação das condições de mercado. A captação externa está prevista para variar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.


Os títulos públicos atrelados ao câmbio representam uma fatia menor da dívida pública brasileira, tendo fechado 2024 em 4,76% do estoque total. A meta para 2025, conforme estabelecido no Plano Anual de Financiamento (PAF), é que esses papéis representem entre 3% e 7% do total da dívida, mantendo o mesmo alvo do ano anterior.
A última emissão externa do governo brasileiro ocorreu em junho do ano passado, quando foram levantados US$ 2 bilhões por meio de títulos vinculados a compromissos sustentáveis. A nova operação acontece em um contexto de melhora significativa no Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, que caiu mais de 20% no acumulado do ano.
Esse movimento de emissão de títulos ocorre após um período de incertezas fiscais e desvalorização de ativos brasileiros, que se intensificaram em dezembro, especialmente após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Recentemente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou que os mercados demonstraram alívio com a não imposição imediata de tarifas ameaçadas por Trump.
O subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Daniel Leal, afirmou que o governo não pretende interferir no câmbio ao realizar emissões externas de títulos públicos, ressaltando que as políticas cambial e monetária são atribuições do Banco Central.
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