
Governo de São Paulo deve decretar emergência devido ao avanço da dengue
Com 199.247 casos prováveis e 104 mortes, medidas urgentes serão anunciadas nesta quarta-feira.
O governo de São Paulo está prestes a decretar situação de emergência em resposta ao avanço da dengue na região. A decisão será anunciada em uma reunião marcada para a manhã desta quarta-feira (19) no Instituto Butantan, com a presença do secretário de Saúde do Estado, Eleuses Paiva.
Dados recentes indicam que o estado registra 199.247 casos prováveis da doença, além de 104 óbitos confirmados. Outras 224 mortes estão sob investigação, o que acende um alerta sobre a gravidade do surto.
A declaração de emergência, que já havia sido feita no ano passado, facilita a alocação de recursos destinados ao combate da dengue pelos municípios. Além disso, novas medidas para conter a infecção devem ser apresentadas durante a reunião, embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados oficialmente.
Em janeiro, o governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, assinou um decreto criando o Centro de Operações de Emergências (COE) e anunciou um repasse de R$ 228 milhões para apoiar os municípios no enfrentamento das arboviroses. Esses recursos são destinados, entre outras coisas, à aquisição de inseticidas, equipamentos de nebulização e medicamentos para a rede pública de saúde.


Entre as vítimas fatais da dengue, destaca-se o caso de uma criança de 11 anos, que não havia recebido as duas doses necessárias da vacina contra a doença. O Brasil possui um programa de vacinação, mas a cobertura tem sido considerada baixa em várias regiões do país.
Na semana passada, o Ministério da Saúde autorizou a utilização de vacinas que estão próximas do vencimento para a população com idades entre 4 e 59 anos. No entanto, a cidade de São Paulo informou que não possui doses prestes a vencer em seu estoque e continuará a vacinação apenas para adolescentes de 10 a 14 anos.
Outro fator que gera preocupação é a reemergência do sorotipo 3 da dengue, que foi identificado pela primeira vez na cidade em 2024. Este subtipo do vírus, que já representa cerca de 50% das amostras analisadas, aumenta o risco de novas infecções, já que a imunidade adquirida em infecções anteriores não protege contra outros sorotipos.
As autoridades de saúde enfatizam a importância de adotar medidas preventivas para conter a propagação da dengue. Entre as recomendações estão a manutenção de caixas d'água limpas e a eliminação de locais que possam acumular água, que servem como criadouros para o mosquito Aedes aegypti.
Com a situação se agravando, a expectativa é que o governo paulista implemente ações efetivas para controlar o surto e proteger a saúde da população.
Veja também: