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Preço do café arábica atinge recorde histórico no Brasil em fevereiro
Dados do Cepea mostram que a saca do grão chegou a R$ 2.769,45, refletindo estoques baixos e demanda aquecida.
O café arábica, a variedade mais consumida no Brasil, alcançou em fevereiro de 2025 o maior preço real dos últimos 30 anos, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
No dia 12 de fevereiro, o valor da saca de 60 kg do grão atingiu R$ 2.769,45, estabelecendo um novo recorde na série histórica que teve início em 1996. Este aumento significativo, superior a R$ 500 por saca apenas neste ano, é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo estoques baixos e uma demanda que permanece firme, mesmo diante dos preços elevados.
Os pesquisadores do Cepea destacam que “os baixos estoques nacionais e globais da variedade sustentam o movimento de alta”. Além disso, as projeções para a safra de café brasileira em 2025/26 indicam uma produção “novamente modesta”, o que mantém o mercado em alerta.
As condições climáticas também são uma preocupação para os cafeicultores. O forte calor e a falta de chuvas nos últimos dias têm gerado apreensão entre os produtores, que estão na fase final do desenvolvimento das lavouras. O Cepea observou que “o forte calor e alguns dias mais secos deixam os produtores em alerta”.
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Apesar das dificuldades, a demanda pelo café continua aquecida. Os pesquisadores afirmam que, mesmo com os preços altos, a procura pelo produto não diminui, pressionando ainda mais os valores no mercado.
A safra brasileira de 2025 deve fechar em cerca de 52 milhões de sacas, o que representa uma queda de 4% em relação à safra anterior, conforme as projeções do governo federal. O café arábica, que representa quase 70% da produção nacional, é a principal variedade cultivada no país.
O Cepea também alerta que as expectativas para o mês de fevereiro incluem chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima do normal, o que pode impactar negativamente a qualidade do produto. “O excesso de calor pode secar os grãos antes da colheita, prejudicando a safra 2025/26”, afirmam os pesquisadores.
Além disso, o bom volume de chuvas registrado nas regiões produtoras desde outubro de 2024 trouxe um certo otimismo, mas as condições climáticas atuais são determinantes para o resultado final da safra.
Os dados apresentados pelo Cepea refletem uma preocupação crescente entre os cafeicultores, que enfrentam um cenário desafiador e incerto, tanto em relação à produção quanto aos preços do café no mercado.
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