Investigação aponta que Deise Moura dos Anjos foi a responsável pelas mortes, mas não será punida devido ao falecimento.
21 de Fevereiro de 2025 às 13h24

Polícia conclui inquérito sobre bolo envenenado que matou quatro em Torres

Investigação aponta que Deise Moura dos Anjos foi a responsável pelas mortes, mas não será punida devido ao falecimento.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul finalizou o inquérito referente ao caso do bolo envenenado que resultou na morte de quatro pessoas em Torres, no Litoral Norte do estado, em dezembro de 2024. A investigação revelou que Deise Moura dos Anjos foi a única responsável pelo crime, mas não haverá indiciamento devido à sua morte.

Deise, que estava presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi encontrada sem vida em sua cela no dia 13 de fevereiro de 2025. O delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil, confirmou em coletiva que a extinção da punibilidade ocorreu em razão do falecimento da suspeita.

O inquérito apontou que Deise era a autora de quatro homicídios triplamente qualificados e quatro tentativas de homicídio. As vítimas fatais foram as irmãs Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. Todas faleceram após ingerirem um bolo envenenado com arsênio.

O crime ocorreu durante um encontro familiar em 23 de dezembro de 2024, quando sete pessoas se reuniram para um café da tarde. Após consumirem o bolo, as vítimas começaram a apresentar sintomas graves de intoxicação. Zeli dos Anjos, sogra de Deise e também uma das pessoas que ingeriu o bolo, foi hospitalizada, mas sobreviveu.

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Segundo a Polícia Civil, Deise teria envenenado o bolo com arsênio, substância que adquiriu meses antes do crime. A investigação revelou que ela tinha um histórico de conflitos familiares, e a principal motivação para o crime seria uma grave perturbação mental.

O delegado Fernando Sodré destacou que a complexidade do caso se deu pela ausência de Deise na cena do crime e pelo fato de ela não ter preparado o bolo. Contudo, as evidências apontam que ela foi a responsável por envenenar os ingredientes utilizados na receita.

Durante a investigação, foram encontrados bilhetes deixados por Deise, onde ela expressava sua angústia e negava ser uma assassina, alegando ser uma “pessoa fraca” que sofria com depressão. Em um dos bilhetes, ela afirmou ter comprado o arsênio para si mesma, mas também culpou sua sogra por suas ações.

A Polícia Civil considerou o caso encerrado, mesmo sem a possibilidade de punição legal, uma vez que Deise não pode ser indiciada postumamente. A repercussão do caso foi intensa, tanto na mídia quanto na sociedade gaúcha, e o delegado Cleber Lima comentou que a investigação ficará marcada na história da polícia do estado.

Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil se despede de um dos casos mais trágicos e complexos da sua história recente, que envolveu não apenas mortes, mas também uma trama familiar repleta de desentendimentos e conflitos.

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