Os três países anunciaram novas taxas sobre produtos dos EUA, afetando a economia global.
04 de Março de 2025 às 19h37

Canadá, China e México reagem com tarifas a novas medidas comerciais de Trump

Os três países anunciaram novas taxas sobre produtos dos EUA, afetando a economia global.

A escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e seus vizinhos do norte, Canadá e México, além da China, intensificou-se com a imposição de novas tarifas pelo presidente Donald Trump. As medidas, que começaram a valer nesta terça-feira, 4, incluem taxas de até 25% sobre produtos importados, gerando reações imediatas dos países afetados.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, foi um dos primeiros a se manifestar, afirmando que o país aplicará tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos norte-americanos. Em sua declaração, Trudeau ressaltou que o Canadá “permanece firme em defender nossa economia, nossos empregos e um acordo justo” e pediu à administração dos EUA que reconsidere suas tarifas.

Na mesma linha, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou que o país adotará medidas tarifárias e não tarifárias em resposta à decisão de Trump. “Não é de forma alguma o objetivo iniciar um confronto econômico ou comercial, mas sim integrar ainda mais nossas economias”, declarou Sheinbaum, que prometeu anunciar detalhes das tarifas em um evento público no próximo domingo.

A China também reagiu, impondo tarifas adicionais de 10% a 15% sobre uma variedade de produtos agrícolas dos EUA, como soja, trigo e frango. O governo chinês justificou suas ações como necessárias para proteger sua economia e segurança nacional, destacando que as novas tarifas afetarão cerca de US$ 21 bilhões em exportações norte-americanas.

Trump, por sua vez, defendeu suas tarifas como uma medida necessária para combater o que considera práticas comerciais desleais e a entrada de drogas nos Estados Unidos. “O que eles terão que fazer é construir suas fábricas de automóveis e outras coisas nos Estados Unidos”, disse o presidente americano, enfatizando que não há margem para negociação.

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A pressão sobre os consumidores também é uma preocupação crescente, uma vez que as tarifas podem resultar em aumentos de preços. Timothy Fiore, encarregado da pesquisa sobre o índice ISM, alertou que “os aumentos de preços se aceleraram por causa das tarifas, provocando atrasos em novos pedidos e interrupções nos fornecedores”.

Economistas alertam que as novas tarifas podem ter um impacto significativo nas cadeias de suprimentos e na estabilidade econômica global. O porta-voz da União Europeia, Olof Gill, expressou preocupação de que as tarifas “ameaçam cadeias de suprimentos profundamente integradas e a estabilidade econômica em ambos os lados do Atlântico”.

Além disso, o governo canadense destacou que menos de 1% do fentanil e dos imigrantes que entram irregularmente nos EUA o fazem através de sua fronteira, mas mesmo assim, busca atender às demandas de Trump, visando melhorar a segurança nas fronteiras.

As tensões entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais estão em alta, e as consequências dessas novas tarifas podem se estender além das fronteiras, afetando a economia global e as relações diplomáticas.

Com a implementação das novas tarifas, o cenário econômico se torna cada vez mais incerto, e a expectativa é que os impactos sejam sentidos em diversos setores da economia, tanto nos EUA quanto nos países afetados.

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