
Mobly classifica proposta de compra da Tok&Stok como inviável e sem interesse
A empresa rejeita oferta da família Dubrule e destaca falta de apoio de acionistas para a transação.
A Mobly, conhecida plataforma de e-commerce de móveis e decoração, declarou que a proposta de aquisição feita pela família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, é considerada "inviável". A empresa enfatiza que está focada na implementação de sua estratégia de negócios e na busca de sinergias resultantes da fusão entre as duas companhias.
Em um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Mobly informou que acionistas que representam 40,6% do capital social da empresa já manifestaram que não têm interesse em vender suas ações, caso a proposta se torne uma oferta vinculante e irrevogável. Além disso, eles pretendem votar contra a exclusão da OPA (Oferta Pública de Aquisição) Estatutária no contexto da proposta.
“Desta forma, não seria possível à família Dubrule adquirir a participação mínima de 85 milhões de ações ordinárias da companhia, correspondente a 69,2% do capital total, mesmo que a OPA fosse lançada, o que torna a proposta inviável”, afirmou a Mobly.
A empresa também esclareceu que, ao contrário do que foi noticiado, não há planos de capitalização no momento. A proposta foi enviada simultaneamente ao conselho da companhia e à imprensa, e os termos essenciais da oferta foram discutidos apenas de maneira especulativa na mídia, sem menção formal no documento enviado à Mobly.


Os detalhes da nova proposta foram formalizados em uma carta enviada à empresa na última sexta-feira, 28 de fevereiro. O documento, assinado por Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule, expressa a intenção de obter o controle da Mobly e até 100% do seu capital.
A OPA proposta inclui a aquisição de todas as 122.763.403 ações da Mobly, com um preço de R$ 0,68 por ação. Este valor representa um desconto de 51% em relação ao fechamento do papel na última sexta-feira. Com essa proposta, a operação teria um valor total de aproximadamente R$ 83,4 milhões.
De acordo com a Mobly, o preço por ação para a potencial OPA reflete um desconto significativo de 51% sobre a cotação de fechamento do pregão de 28 de fevereiro de 2025, que foi de R$ 1,39, e de 53% sobre o preço médio ponderado das ações nos últimos 30 pregões, que foi de R$ 1,44. Além disso, o valor representa um desconto de 82% sobre o valor patrimonial por ação em 30 de setembro de 2024, que foi de R$ 3,87.
A empresa ressalta que os termos e condições apresentados pela família Dubrule não são exaustivos nem vinculantes e podem ser alterados caso um edital da OPA seja publicado. A Mobly também destacou que a oferta só se tornaria irrevogável mediante a publicação do edital de OPA, conforme a regulamentação aplicável, e dependeria da anuência dos debenturistas da Tok&Stok quanto à mudança de controle da companhia e à reforma do Estatuto Social para a exclusão da cláusula de OPA por atingimento de participação relevante superior a 20% do capital social da empresa.
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