
Dívida comercial dos EUA atinge recorde histórico em janeiro com aumento das importações
O déficit comercial dos Estados Unidos subiu 34% em janeiro, alcançando US$ 131,4 bilhões, o maior desde 1992.
O déficit comercial dos Estados Unidos registrou um aumento significativo em janeiro de 2025, atingindo um novo recorde de US$ 131,4 bilhões (equivalente a R$ 776 bilhões), conforme dados divulgados pelo Departamento de Comércio nesta quinta-feira (6). Este valor representa um crescimento de 34% em relação ao mês anterior e é o maior saldo negativo desde 1992.
O aumento do déficit superou as expectativas de analistas, que projetavam um saldo negativo de US$ 128,7 bilhões (R$ 745 bilhões). A elevação foi impulsionada principalmente por um crescimento robusto das importações, que aumentaram 10% em relação a dezembro, enquanto as exportações cresceram apenas 1,2%.
Comparado a janeiro de 2024, o déficit comercial dos EUA cresceu impressionantes 96,5%. Esse aumento acentuado nas importações é atribuído a uma estratégia das empresas de reforçar seus estoques em antecipação a possíveis tarifas, especialmente em um cenário de incertezas comerciais.
As importações de produtos industriais, em particular, foram responsáveis por quase dois terços do aumento, com destaque para metais, produtos farmacêuticos e equipamentos de informática e telecomunicações. O crescimento das importações foi mais acentuado em categorias como suprimentos industriais, que subiram US$ 23,1 bilhões, refletindo uma demanda crescente por materiais.


O presidente Donald Trump, que voltou ao cargo em 2025, anunciou tarifas de 25% sobre aço e alumínio, medidas que visam reduzir o déficit comercial e proteger a indústria nacional. As tarifas foram implementadas em um contexto de crescente tensão comercial com países como China e na União Europeia.
Os dados também revelam que o déficit comercial com a China aumentou para US$ 29,7 bilhões, um crescimento em relação aos US$ 25 bilhões registrados em dezembro. O déficit com a União Europeia também subiu, passando de cerca de US$ 22 bilhões para US$ 23,3 bilhões no mesmo período.
Além do impacto das tarifas, a deterioração do déficit comercial e a queda nos gastos do consumidor em janeiro levantam preocupações sobre a possibilidade de uma contração no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre de 2025. Apesar disso, alguns economistas ainda preveem um crescimento moderado, argumentando que a demanda por ouro, especialmente da Europa, contribuiu significativamente para o aumento das importações.
O cenário atual sugere que o comércio exterior dos EUA pode se tornar um fator limitante para o crescimento econômico no início do ano, à medida que as empresas se ajustam às novas condições impostas pelas tarifas e pela dinâmica do mercado global.
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