Dados do IBGE mostram que a economia brasileira teve desempenho acima do previsto, com setores variando entre crescimento e queda.
07 de Março de 2025 às 12h04

Crescimento do PIB do Brasil é de 3,4% em 2024, superando expectativas iniciais

Dados do IBGE mostram que a economia brasileira teve desempenho acima do previsto, com setores variando entre crescimento e queda.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um crescimento de 3,4% em 2024, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7 de março de 2025). O resultado é considerado um avanço significativo em relação ao ano anterior e superou as expectativas de analistas financeiros, que haviam projetado um crescimento de apenas 2% para o período.

O PIB é um dos principais indicadores do desempenho econômico de um país, representando a soma de todos os bens e serviços produzidos em um determinado período. Um crescimento robusto indica uma economia aquecida, refletindo um aumento na produção e no consumo.

No entanto, o crescimento do PIB não foi homogêneo entre os setores. Enquanto a Indústria cresceu 3,3% e os Serviços avançaram 3,7%, a Agropecuária enfrentou uma queda de 3,2%, refletindo desafios climáticos e uma safra menor.

Os dados do quarto trimestre de 2024 mostraram uma expansão de 0,2% em relação ao trimestre anterior e um crescimento de 3,6% em comparação ao mesmo período de 2023. Este foi o 16º resultado positivo consecutivo nessa comparação, de acordo com o IBGE.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou o resultado, destacando que o crescimento econômico está associado à criação de empregos e à melhoria da renda da população. Em declarações recentes, Lula enfatizou: .

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Entretanto, o crescimento acima do esperado trouxe desafios, especialmente em relação à inflação. O Banco Central, em resposta à pressão inflacionária, iniciou um ciclo de aumento das taxas de juros, que atualmente estão em 13,25% ao ano. O aumento das taxas encarece o crédito, o que pode desacelerar o consumo e a produção, ajudando a controlar a inflação.

O crescimento do PIB também pode ser atribuído a políticas sociais implementadas pelo governo, que injetaram recursos na economia. O chamado welfare state brasileiro, que envolve gastos anuais de aproximadamente R$ 400 bilhões em programas sociais, tem um impacto direto no aumento da demanda e na atividade econômica. No entanto, esses gastos também levantam preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas.

Os economistas alertam que o desempenho positivo do PIB em 2024 pode não se repetir em 2025, devido a fatores como juros altos, inflação persistente e um cenário externo incerto. A expectativa é de que o crescimento do PIB para o próximo ano fique entre 1,5% e 2%.

Além disso, a contribuição negativa do setor externo, com as importações crescendo 14,7% em relação às exportações, indica uma demanda interna aquecida, mas também sugere fragilidades na balança comercial do país.

O IBGE calcula o PIB de duas maneiras: pela ótica da oferta, que considera tudo o que foi produzido, e pela ótica da demanda, que analisa tudo o que foi consumido. Esses dados são fundamentais para entender a dinâmica econômica do Brasil e orientar as políticas públicas e as decisões de investimento.

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