A Casa Branca confirma que tarifas de 25% sobre aço e alumínio entrarão em vigor sem exceções, afetando o Brasil e outros países.
12 de Março de 2025 às 06h10

Tarifas de 25% sobre aço e alumínio do Brasil começam a valer nesta quarta-feira

A Casa Branca confirma que tarifas de 25% sobre aço e alumínio entrarão em vigor sem exceções, afetando o Brasil e outros países.

A partir da meia-noite desta quarta-feira, 12 de março, as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio dos Estados Unidos entrarão em vigor. A medida, anunciada pela Casa Branca, se aplica a todos os países, incluindo o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses metais para o mercado americano.

O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, declarou que “de acordo com suas ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais”. A decisão ocorre em um contexto de crescente tensão nas relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros.

O Brasil, que ocupa a segunda posição entre os maiores exportadores de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá, poderá enfrentar desafios significativos devido a essa nova taxa. Em 2023, as exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos totalizaram aproximadamente US$ 2,8 bilhões, enquanto as de alumínio somaram cerca de US$ 900 milhões.

Além disso, a medida pode impactar o setor siderúrgico brasileiro, que já enfrenta dificuldades, especialmente porque a Europa está em recessão e a China, que possui uma grande capacidade de produção de aço, limita suas exportações a minérios de ferro.

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O professor de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense, Viterio Brustolin, comentou sobre a situação, afirmando que “a expectativa é de que os Estados Unidos precisarão importar alguma quantidade de aço e alumínio, pois a indústria siderúrgica levaria de três a sete anos para atender a demanda interna”.

Embora algumas empresas brasileiras, como a Gerdau, tenham capacidade de produção nos Estados Unidos e, portanto, possam não ser tão afetadas, a maioria das exportações de aço do Brasil ainda depende do mercado americano. A Casa Branca, em fevereiro, havia levantado preocupações sobre a possibilidade de que o Brasil estivesse reexportando aço chinês, o que foi negado por representantes do setor no país.

O Instituto Aço Brasil, que representa a indústria do aço no país, reafirmou que “não existe qualquer possibilidade de ocorrer, no Brasil, a circunvenção de produtos de aço oriundos de terceiros países”.

Com a implementação dessas tarifas, o governo brasileiro se vê diante da necessidade de avaliar suas estratégias comerciais e possíveis medidas de resposta a essa nova realidade imposta pelos Estados Unidos. A situação exige uma análise cuidadosa das implicações econômicas e comerciais para o Brasil.

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