
Inflação de fevereiro atinge 1,31%, a maior alta em 22 anos no Brasil
O aumento foi impulsionado principalmente pela energia elétrica e educação, segundo o IBGE.
A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma variação de 1,31% em fevereiro, marcando a maior alta para o mês em 22 anos. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa um aumento de 0,16% em relação a janeiro, quando a inflação foi de 1,15%.
O aumento significativo no índice de fevereiro foi fortemente influenciado pelo aumento de 16,80% nos preços da energia elétrica residencial, que sozinha contribuiu com 0,56% para a inflação. Essa alta se deu em função do fim do chamado “bônus de Itaipu”, que havia proporcionado descontos nas contas de luz em janeiro.
Além da energia elétrica, o setor de educação também teve um papel importante na alta da inflação, com um aumento de 4,70%. Esse aumento é atribuído principalmente ao reajuste das mensalidades escolares no início do ano letivo, que impactou diretamente o custo de vida das famílias.
O IPCA acumulou uma alta de 1,47% no ano e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,06%. Essa tendência de aumento nos preços é preocupante, especialmente para as famílias de baixa renda, que destinam uma maior parte de sua renda a despesas com habitação e alimentação.


Os dados revelam que todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em fevereiro. Após a energia elétrica e a educação, o grupo habitação também se destacou, com um aumento de 4,44%. Os preços de alimentos e bebidas subiram 0,70%, refletindo a pressão sobre os orçamentos familiares.
Entre os itens que mais contribuíram para a alta nos preços de alimentos, destacam-se o café, que subiu 10,77%, e o ovo, que teve um aumento de 15,39%. Por outro lado, alguns produtos apresentaram queda, como o arroz, que teve uma redução de 3,18%, e o limão, que caiu 14,21%.
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, comentou sobre a situação: “Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”.
O cenário econômico atual exige atenção, pois a inflação elevada pode impactar o poder de compra da população, especialmente em um momento em que muitos brasileiros já enfrentam dificuldades financeiras.
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