
Brasil registra déficit de US$ 8,8 bilhões nas contas externas em fevereiro
O Banco Central divulga que o déficit em transações correntes foi de US$ 8,758 bilhões, abaixo do esperado.
O Brasil enfrentou um déficit de US$ 8,758 bilhões em suas transações correntes no mês de fevereiro, conforme informações divulgadas pelo Banco Central nesta quarta-feira, 26. Este resultado representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o rombo foi de US$ 3,9 bilhões.
As transações correntes, que refletem a movimentação de dólares no país, são compostas por três componentes principais: a balança comercial, a balança de serviços e a renda primária. A balança comercial, que mede as exportações e importações de produtos, apresentou um déficit de US$ 979 milhões em fevereiro.
A balança de serviços, que inclui gastos de brasileiros no exterior e despesas com serviços financeiros, também contribuiu para o resultado negativo, com um déficit de US$ 3,889 bilhões. Já a conta de renda primária, que abrange remessas de lucros, juros e dividendos de empresas multinacionais para o exterior, ficou negativa em US$ 4,104 bilhões.
O déficit acumulado em 12 meses atingiu 3,28% do Produto Interno Bruto (PIB), um aumento em relação ao índice de 3,02% registrado em janeiro. Este é o maior nível desde maio de 2020, quando o percentual foi de 3,46%.


Os investimentos diretos no Brasil, por outro lado, mostraram um desempenho positivo, totalizando US$ 9,3 bilhões em fevereiro, superando a expectativa de US$ 5,5 bilhões, conforme levantamento realizado pela Reuters.
O Banco Central já projeta um déficit de US$ 58 bilhões nas transações correntes para o ano de 2023, o que corresponderia a 2,7% do PIB. Essas expectativas serão atualizadas no próximo Relatório de Política Monetária, que será apresentado na quinta-feira, 27.
Os dados revelam um cenário desafiador para a economia brasileira, que continua a enfrentar pressões nas contas externas. O déficit em conta corrente é um indicador importante da saúde econômica de um país, refletindo a capacidade de atrair investimentos e a sustentabilidade de sua balança de pagamentos.
Os analistas do mercado financeiro acompanharão de perto os próximos relatórios do Banco Central, na expectativa de que novas informações possam oferecer uma visão mais clara sobre a trajetória das contas externas do Brasil ao longo de 2023.
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