Carlos Alberto de Jesus atirou em Igor Melo e Thiago Marques, confundindo-os com assaltantes. Josilene, sua esposa, foi indiciada por falso testemunho.
26 de Março de 2025 às 19h31

Policial reformado é indiciado por tentativa de homicídio contra jovens na Penha

Carlos Alberto de Jesus atirou em Igor Melo e Thiago Marques, confundindo-os com assaltantes. Josilene, sua esposa, foi indiciada por falso testemunho.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou o policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus por tentativa de homicídio contra o estudante universitário Igor Melo de Carvalho e o mototaxista Thiago Marques Gonçalves. O incidente ocorreu na madrugada do dia 23 de fevereiro, na Penha, Zona Norte da cidade.

De acordo com as investigações da 22ª DP (Penha), Carlos Alberto disparou contra os jovens após ser informado de que eles seriam os responsáveis pelo roubo do celular de sua esposa, Josilene da Silva Souza. Igor foi atingido nas costas e, em decorrência do ferimento, perdeu um rim. Ambos os jovens chegaram a ser detidos, mas posteriormente foram liberados.

As apurações revelaram que Josilene realmente havia sido vítima de um assalto, mas sua identificação dos jovens como os ladrões foi considerada equivocada. Por conta disso, ela foi indiciada por falso testemunho, uma vez que suas declarações influenciaram diretamente o processo penal contra Igor e Thiago.

Na noite do ocorrido, Igor havia solicitado uma corrida de moto para retornar para casa após deixar seu trabalho em um espaço de samba na região. Thiago, que pilotava a moto, aceitou a corrida para completar sua meta diária de ganhos. Durante o trajeto, Carlos Alberto, em um carro, os perseguiu e disparou, confundindo-os com os assaltantes.

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Thiago relatou que, ao perceber a aproximação do veículo, ele e Igor se prepararam para uma possível tentativa de assalto. “Quando vi o momento em que ele botou o revólver para fora, eu falei: ‘deve ser uma tentativa de assalto’. Quando ouvi o disparo, me joguei no chão”, contou o mototaxista.

O policial alegou que atirou após observar um movimento suspeito de Igor, que estava na garupa da moto. Ele afirmou que viu o jovem girar o corpo como se estivesse prestes a sacar uma arma. No entanto, a investigação não encontrou evidências que corroborassem essa versão.

Após o disparo, Igor e Thiago pularam de um viaduto para escapar e se refugiaram em uma casa abandonada nas proximidades. Durante a fuga, Igor, ferido, pediu ajuda a Thiago, que o acompanhou, demonstrando um forte vínculo de solidariedade entre os dois.

O caso gerou repercussão nas redes sociais e levantou discussões sobre a violência policial e a necessidade de uma investigação mais rigorosa em situações de confusão e erro de identificação. A Polícia Civil concluiu a investigação e encaminhou o inquérito ao Ministério Público, que decidirá sobre as próximas etapas do processo.

O indiciamento de Carlos Alberto de Jesus por tentativa de homicídio e o indiciamento de Josilene da Silva Souza por falso testemunho marcam um desdobramento significativo em um caso que expõe as complexidades da segurança pública e os riscos envolvidos em ações precipitadas.

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