A Organização Mundial da Saúde enfrenta uma drástica redução de orçamento e pessoal devido à saída dos Estados Unidos como principal financiador.
30 de Março de 2025 às 12h20

OMS anuncia cortes de 21% no orçamento após retirada de financiamento dos EUA

A Organização Mundial da Saúde enfrenta uma drástica redução de orçamento e pessoal devido à saída dos Estados Unidos como principal financiador.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está se preparando para uma significativa redução em seu orçamento e no número de funcionários, com cortes estimados em 21%. Essa decisão foi impulsionada pela retirada do financiamento dos Estados Unidos, que era o maior doador individual da entidade, contribuindo com aproximadamente US$ 550 milhões anuais, representando cerca de 18% do total de recursos da OMS.

O impacto da saída dos EUA, anunciada pelo presidente Donald Trump logo após assumir o cargo em janeiro, foi considerado crítico. Trump alegou que a OMS havia falhado em sua gestão da pandemia de COVID-19 e em outras crises de saúde globais. O memorando interno da OMS, datado de 28 de março e assinado pelo diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, destaca que “o anúncio dos Estados Unidos, combinado com as recentes reduções na assistência ao desenvolvimento por outros países, tornou nossa situação muito mais aguda”.

Com um déficit financeiro de quase US$ 600 milhões previsto para este ano, a OMS propôs uma redução de seu orçamento para o período de 2026-2027, diminuindo de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,2 bilhões. Essa proposta já havia sido precedida por uma redução anterior, onde o conselho executivo da OMS havia cortado a previsão orçamentária de US$ 5,3 bilhões para US$ 4,9 bilhões em fevereiro.

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O memorando interno também indica que a OMS começará a cortar cargos de liderança em sua sede, localizada em Genebra, na Suíça. No entanto, as reduções afetarão todos os níveis e regiões da organização, com a decisão final sobre a priorização de recursos e atividades sendo esperada até o final de abril.

Documentos internos revelam que mais de um quarto dos 9.473 funcionários da OMS estão baseados em Genebra, e a organização já começou a definir suas prioridades. Um memorando anterior, datado de 10 de março, informou que a OMS estabeleceu um limite de um ano para os contratos de funcionários, enquanto busca garantir financiamento adicional de países, doadores privados e filantropos.

A saída dos Estados Unidos da OMS não apenas intensificou a crise financeira da organização, mas também levantou preocupações sobre a capacidade da entidade de realizar suas missões globais, especialmente em um momento em que a saúde pública é mais necessária do que nunca. A OMS, que já enfrentava desafios financeiros antes da pandemia, agora se vê forçada a reavaliar suas operações e a maneira como aloca seus recursos.

Com a redução de seu orçamento e a diminuição do quadro de funcionários, a OMS se prepara para um futuro incerto, onde as consequências de suas decisões impactarão não apenas a organização, mas também a saúde pública global.

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