Hospital informa ao STF que Roberto Jefferson pode ter alta e se tratar em casa
Ex-deputado federal está internado desde junho de 2023 e aguarda decisão sobre prisão domiciliar
O Hospital Samaritano, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-deputado federal Roberto Jefferson, internado desde junho de 2023, apresenta condições para receber alta e realizar tratamento domiciliar. Jefferson, que está preso preventivamente desde outubro de 2022, foi autorizado a se submeter a cuidados médicos na unidade hospitalar após uma queda na cela que levantou suspeitas de traumatismo craniano.
Em um laudo médico enviado ao STF, a equipe do hospital afirmou que, “desde que seguidas as orientações propostas, existem condições do ponto de vista médico para um tratamento domiciliar”. O documento foi elaborado após a defesa de Jefferson solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a conversão da prisão em regime domiciliar, permitindo que ele receba cuidados médicos em casa.
No início deste mês, Moraes requisitou informações detalhadas sobre a saúde do ex-deputado e a viabilidade de sua desinternação, além de questionar se ele poderia retornar ao sistema prisional. O relatório médico, enviado ao STF, sugere que, com a continuidade do tratamento fora do ambiente hospitalar, Jefferson poderia ter sua saúde monitorada adequadamente.
Jefferson, que foi condenado a nove anos de prisão por crimes como atentado ao exercício dos Poderes, calúnia e incitação ao crime, enfrenta um recurso pendente contra essa decisão. A defesa argumenta que sua saúde se deteriorou durante o período de internação, apresentando crises convulsivas, desnutrição e uma grave síndrome depressiva.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) já havia autorizado a conversão da prisão de Jefferson para domiciliar, considerando os riscos à sua saúde. No entanto, a liberação final depende da decisão de Moraes, que ainda deve avaliar as informações enviadas pelo hospital.
Além do tratamento médico, o hospital propôs um plano terapêutico que inclui acompanhamento clínico, nutricional e psiquiátrico, além de controle rigoroso da administração de medicamentos, devido ao histórico de dependência medicamentosa do ex-parlamentar.
Roberto Jefferson, ex-presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi preso após resistir a uma ordem de prisão, disparando cerca de 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que se dirigiam à sua residência. A operação resultou na apreensão de armas e munições, além de granadas adulteradas.
O ex-deputado, que já foi aliado de figuras proeminentes da política brasileira, como Jair Bolsonaro, permanece sob custódia enquanto aguarda a decisão do STF sobre sua situação.
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