A companhia busca eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e garantir financiamento de US$ 1,6 bilhão durante o processo.
28 de Maio de 2025 às 10h36

Azul Linhas Aéreas inicia recuperação judicial nos Estados Unidos com Chapter 11

A companhia busca eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e garantir financiamento de US$ 1,6 bilhão durante o processo.

A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quarta-feira, 28, que protocolou um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, utilizando o mecanismo conhecido como Chapter 11 da Lei de Falências americana. A decisão, que já era esperada pelo mercado, ocorre em meio a dificuldades financeiras crescentes enfrentadas pela companhia.

Com uma dívida que alcançou R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, a Azul busca, através do Chapter 11, eliminar mais de US$ 2 bilhões em obrigações financeiras e garantir um financiamento de aproximadamente US$ 1,6 bilhão. Este financiamento será crucial para a reestruturação da empresa, permitindo que ela mantenha suas operações enquanto ajusta sua estrutura financeira.

O CEO da Azul, John Rodgerson, destacou que os acordos firmados com credores e parceiros estratégicos, como United Airlines e American Airlines, são fundamentais para o sucesso do processo. “Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, pois nos permitirá emergir como líderes do setor”, afirmou Rodgerson em comunicado.

A companhia também prevê a injeção de até US$ 950 milhões em novos aportes de capital ao final do processo de recuperação. Além disso, a Azul espera readequar contratos de leasing e otimizar sua frota, buscando maior flexibilidade e sustentabilidade operacional e financeira.

Apesar da situação, a Azul garantiu que suas operações e vendas de passagens continuarão normalmente durante o processo de recuperação judicial. A empresa enfatiza que a prioridade permanece em atender seus clientes e parceiros.

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Nos últimos meses, a Azul enfrentou desafios significativos, incluindo a dificuldade em levantar recursos no mercado e a necessidade de renegociar dívidas. A situação se agravou com a volatilidade do câmbio e o aumento das tarifas nos Estados Unidos, o que dificultou ainda mais as tratativas financeiras.

Além da reestruturação financeira, a Azul também enfrenta desafios operacionais, como a escassez de aeronaves e motores. Para mitigar esses problemas, a empresa iniciou parcerias com outras companhias aéreas, incluindo a portuguesa EuroAtlantic, e está em negociações com a Hi Fly para ampliar sua capacidade operacional.

Com a entrada no Chapter 11, a Azul se junta a outras companhias aéreas brasileiras que já recorreram a esse mecanismo, como a Latam, que entrou em recuperação durante a pandemia e saiu em 2022, e a Gol, que protocolou seu pedido no início de 2024.

O rebaixamento recente do rating da Azul pelas agências de classificação de risco S&P e Fitch também contribuiu para a decisão de buscar a recuperação judicial. A companhia vinha tentando evitar essa medida, mas a deterioração de sua situação financeira tornou o processo inevitável.

O mercado reagiu de forma negativa ao anúncio, com as ações da Azul apresentando queda nas negociações. A companhia, no entanto, permanece otimista quanto à sua recuperação e à capacidade de se reestruturar de forma eficaz.

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