
Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação de 10 anos pelo STF e busca abrigo na Europa
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que deixou o Brasil e se mudará para a Europa após condenação pelo STF.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e está atualmente na Europa. A parlamentar, condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que sua saída do país ocorreu há alguns dias, inicialmente com o propósito de buscar tratamento médico.
Em uma transmissão ao vivo no canal do YouTube AuriVerde Brasil, Zambelli declarou que decidiu se estabelecer na Europa, onde possui cidadania, para continuar sua luta política e fortalecer a direita nos países da região. “Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando um tratamento médico, e agora vou pedir licença não remunerada do meu cargo”, afirmou.
A deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF por ter participado da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde adulterou documentos com o intuito de gerar confusão no Judiciário e obter vantagens políticas. Um dos documentos falsificados incluía um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, conhecido por suas críticas ao bolsonarismo.
Em sua fala, Zambelli expressou receio sobre as condições que poderia enfrentar na prisão, afirmando: “Eu tenho um pouco de receio das outras mulheres na cadeia, né? Porque eu nunca sei o que vou encontrar, mas eu também luto, então não tenho medo de apanhar. O maior problema é ficar longe da família”.


Além de solicitar a licença do cargo, a deputada também emancipou seu filho de 17 anos, permitindo que ele se candidate nas próximas eleições e herde seu espólio eleitoral. Zambelli delegou a administração de suas redes sociais a sua mãe, Rita Zambelli, enquanto estiver fora do Brasil.
A parlamentar destacou que sua decisão de se mudar para a Europa não representa um abandono do Brasil, mas sim uma estratégia para resistir ao que considera uma “ditadura” imposta pelo governo atual. “Vou continuar lutando pelo meu mandato e pela verdade, mas agora de fora do país”, garantiu.
O STF, ao condenar Zambelli, determinou que a perda de seu mandato na Câmara dos Deputados deve ser decidida pelos deputados, embora a jurisprudência indique que, em casos de pena superior a 120 dias, o próprio tribunal pode determinar a medida. A deputada poderá apresentar embargos de declaração, mas isso não altera a condenação.
Com cidadania europeia, Zambelli não corre risco de deportação, mesmo diante da condenação, pois a extradição de cidadãos europeus para o Brasil é um processo complexo e raro. A deputada, que foi eleita com o terceiro maior número de votos do país em 2022, já havia se envolvido em polêmicas, incluindo um incidente em que foi filmada apontando uma arma em São Paulo, o que gerou repercussão negativa e críticas à sua conduta.
O futuro político de Zambelli permanece incerto, mas ela afirma que continuará sua luta política do exterior, buscando apoio e fortalecendo sua base na Europa.
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