Ministro do STF ordena que órgão acompanhe o processo da deputada presa na Itália
31 de Julho de 2025 às 16h08

Moraes determina que AGU tome providências sobre extradição de Carla Zambelli

Ministro do STF ordena que órgão acompanhe o processo da deputada presa na Itália

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta quinta-feira (31) que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome as providências necessárias relacionadas à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o Brasil.

A decisão ocorre após a prisão da parlamentar em Roma, na Itália, na última terça-feira (29). Zambelli, que possui cidadania italiana, havia fugido para o país europeu após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em seu despacho, Moraes afirmou: “Considerando a comunicação da prisão da ré condenada Carla Zambelli Salgado de Oliveira na República Italiana, oficie-se à Advocacia-Geral da União para que acompanhe e adote as providências cabíveis e necessárias relacionadas ao processo de extradição da ré.”

A deputada, que está licenciada de seu mandato desde 5 de julho, passou por uma audiência de custódia na Itália, onde seu advogado, Pieremilio Sammarco, protocolou um pedido para que ela responda ao processo em liberdade.

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Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil em busca de asilo político na Itália, onde foi presa. A invasão ao sistema do CNJ, que ocorreu em 2023, foi realizada com a intenção de emitir um mandato de prisão falso contra o próprio ministro Moraes.

O governo brasileiro já havia solicitado a extradição da deputada, que foi oficializada em 11 de junho, com o envio do pedido pelo Itamaraty ao governo italiano. O documento inclui a deliberação que condenou Zambelli e os artigos do Código Penal que fundamentaram a decisão.

O ministro Moraes também garantiu que, caso a extradição seja autorizada, a deputada não será submetida a prisão ou processo por fatos anteriores ao pedido de extradição, e não enfrentará pena perpétua ou tratamento desumano.

A expectativa agora é que a Corte de Apelação de Roma decida sobre a extradição, e a deputada poderá recorrer caso a decisão não seja favorável. O processo pode levar algum tempo, e a defesa de Zambelli ainda pode contestar a decisão em instâncias superiores da Justiça italiana.

A situação da deputada Zambelli continua a ser acompanhada de perto, tanto pelas autoridades brasileiras quanto pela opinião pública, que aguarda desdobramentos sobre o caso e a possibilidade de sua volta ao Brasil.

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