Presidente da Venezuela pede respeito à soberania em meio a tensões com os EUA após ataque a barco no Caribe.
06 de Setembro de 2025 às 19h32

Maduro solicita diálogo a Trump para evitar escalada militar no Caribe

Presidente da Venezuela pede respeito à soberania em meio a tensões com os EUA após ataque a barco no Caribe.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo ao governo dos Estados Unidos neste sábado (6) para que se engajem em um diálogo que evite um possível conflito armado na região do Caribe. As declarações ocorreram em um discurso transmitido de uma base militar em Caracas, onde o líder venezuelano enfatizou a necessidade de respeito à soberania do seu país.

O pedido de Maduro surge em um momento de crescente tensão, após a administração Trump afirmar que forças americanas afundaram um barco supostamente ligado à gangue venezuelana Tren de Aragua, acusada de tráfico de drogas. O ataque resultou na morte de 11 pessoas e foi contestado por Caracas, que questionou a versão apresentada pelos EUA.

“A Venezuela está sempre pronta para o diálogo, mas exigimos respeito”, declarou Maduro, ressaltando que nenhuma divergência entre os dois países justifica uma escalada militar na América do Sul. O episódio gerou reações em toda a América Latina, que já enfrenta as consequências de intervenções americanas anteriores.

Além disso, a Casa Branca autorizou o abate de caças venezuelanos que representem risco para navios americanos na região. Maduro, vestido com uniforme militar, também supervisionou a mobilização de milícias civis, afirmando que a Venezuela estaria preparada para uma “luta armada” em caso de ataque.

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A presença militar dos EUA na região tem aumentado, com mais de 4 mil tropas e recursos navais sendo enviados, sob a justificativa de combater cartéis de drogas latino-americanos. Contudo, Maduro denunciou esse reforço como uma ameaça de invasão, acusando Washington de usar alegações de narcotráfico para justificar uma mudança de regime na Venezuela.

Recentemente, o governo dos EUA dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, aumentando as tensões entre os dois países. O líder venezuelano criticou essa medida e afirmou que as alegações de tráfico de drogas são fabricadas para desestabilizar seu governo.

O clima de incerteza e tensão na região é acompanhado com preocupação por governos vizinhos e organismos internacionais, que alertam para os riscos de um conflito armado de grandes proporções. A postura conciliatória de Maduro, que destaca estar “sempre pronto para o diálogo”, contrasta com suas declarações anteriores, nas quais convocou cidadãos para se alistarem no exército em resposta às ameaças norte-americanas.

Enquanto isso, a situação na Venezuela continua a ser um tema delicado, com repercussões que vão além de suas fronteiras, afetando a dinâmica política e social de toda a América Latina.

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