Instituto toma decisão após relatos de similaridades com itens divulgados nas redes sociais; PF investiga o caso.
18 de Novembro de 2025 às 18h49

Inep anula três questões do Enem 2025 após suspeitas de vazamento na prova

Instituto toma decisão após relatos de similaridades com itens divulgados nas redes sociais; PF investiga o caso.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou nesta terça-feira (18) a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. A decisão foi tomada após a análise de relatos que indicavam a antecipação de itens semelhantes aos aplicados nas provas, conforme comunicado oficial divulgado pelo órgão.

De acordo com o Inep, foram identificadas “similaridades pontuais” entre as questões que circularam nas redes sociais e aquelas presentes na prova, embora nenhuma delas tenha sido apresentada exatamente como na versão oficial. Os rumores sobre um possível vazamento começaram a ganhar força na noite de segunda-feira (17), um dia após a aplicação das provas de matemática e ciências da natureza, realizadas no domingo (16).

Em um episódio que chamou a atenção, Edcley Teixeira, um consultor que se identifica como estudante de Medicina e atua na preparação de vestibulandos, fez uma transmissão ao vivo no YouTube, onde apresentou questões que eram quase idênticas às que foram aplicadas no exame. Durante a live, ele alegou que tinha “adivinhado” as questões sem qualquer vazamento, apenas utilizando métodos legais para “democratizar a educação”.

Teixeira também revelou que suas apostilas continham uma questão sobre tijolos, que coincidia com o conteúdo do Enem 2025. Ele afirmou que utilizou questões do Prêmio CAPES Talento Universitário, uma prova opcional aplicada a estudantes do primeiro ano de graduação, como base para suas previsões, acreditando que essas perguntas poderiam ser utilizadas em futuras edições do Enem.

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O Inep, em sua análise, considerou as circunstâncias da divulgação e decidiu pela anulação das três questões. O órgão ressaltou que o Enem adota a Teoria da Resposta ao Item (TRI), que exige pré-testes com estudantes, o que pode resultar em questões semelhantes em diferentes edições do exame.

Além disso, o Ministério da Educação acionou a Polícia Federal para investigar a situação, buscando identificar a autoria da divulgação das questões e possíveis quebras de sigilo. A investigação visa apurar a conduta de indivíduos envolvidos na antecipação das questões.

O Inep afirmou que todos os protocolos de segurança foram seguidos durante a elaboração do banco de questões e que, mesmo com a anulação, a isenção e a validade das provas permanecem intactas. O órgão também enfatizou que a anulação foi uma medida preventiva, visando garantir a integridade do exame.

O Enem é considerado a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, e a decisão do Inep reflete a preocupação em manter a credibilidade do exame em meio a suspeitas de irregularidades.

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