A operação Tai-Pan, deflagrada nesta terça-feira, visa desmantelar um grupo que usou fintechs para movimentações ilícitas em diversos países.
26 de Novembro de 2024 às 11h53

Polícia Federal desarticula esquema que movimentou R$ 6 bilhões em sistema bancário ilegal

A operação Tai-Pan, deflagrada nesta terça-feira, visa desmantelar um grupo que usou fintechs para movimentações ilícitas em diversos países.

A Polícia Federal (PF) lançou nesta terça-feira, 26, a operação Tai-Pan, com o objetivo de desarticular um complexo esquema de sistema bancário paralelo e ilegal. Este grupo, supostamente formado por três fintechs, é acusado de movimentar cerca de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, facilitando operações financeiras para diversas organizações criminosas.

Investigações indicam que, apenas em 2024, os envolvidos teriam movimentado aproximadamente R$ 800 milhões. A PF detalhou que as transações envolviam um total de R$ 120 bilhões em crédito e débito, revelando a magnitude das operações realizadas por este grupo.

O esquema operava não apenas dentro do Brasil, mas também se estendia a países como Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia, Dubai, e especialmente Hong Kong e China, onde se direcionava a maior parte dos recursos de origem ilícita.

Segundo a PF, a operação mobilizou cerca de 200 agentes, que executaram 16 mandados de prisão preventiva e 41 mandados de busca e apreensão, conforme autorização da Justiça Federal. As ações estão sendo realizadas em vários estados, incluindo São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Bahia e também no Distrito Federal.

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Os investigadores identificaram que o grupo utilizava uma variedade de estratégias para ocultar e movimentar capital, incluindo a criação de empresas de fachada e a utilização de “laranjas” para facilitar a lavagem de dinheiro. Além disso, foram observadas operações fraudulentas de câmbio e a transposição de recursos para criptoativos, com destaque para stablecoins.

A PF esclareceu que o objetivo do sistema era atender a um fluxo constante de dinheiro para a China, mas também servia a qualquer pessoa que buscasse ocultar capitais ou realizar transferências internacionais. As investigações revelaram indícios de envolvimento com tráfico de drogas, armas, contrabando e outros crimes.

Em resposta à gravidade das operações, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores de mais de R$ 10 bilhões, afetando mais de 214 pessoas jurídicas. A operação Tai-Pan, cujo nome faz referência a uma obra literária sobre comércio e mercadorias chinesas, representa um esforço significativo da PF para combater a criminalidade financeira no país.

O inquérito sobre o grupo teve início em 2022 e, segundo a PF, o líder da organização era capaz de abrir empresas e contas bancárias com a capacidade de movimentar até R$ 2 milhões por dia, o que demonstra a robustez do esquema criminoso em operação.

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