O México responde que a imigração e o consumo de drogas não serão resolvidos com ameaças, em meio à nova postura de Trump.
26 de Novembro de 2024 às 15h38

Trump provoca tensões com México e Canadá ao ameaçar tarifas de 25% em importações

O México responde que a imigração e o consumo de drogas não serão resolvidos com ameaças, em meio à nova postura de Trump.

A recente ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá gerou reações contundentes dos dois países. Na terça-feira, 26, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que a imigração e o consumo de drogas não serão solucionados com "ameaças" e que a política migratória mexicana já tem mostrado resultados positivos.

Trump, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, já havia alertado antes de sua vitória nas eleições que tomaria medidas severas contra os vizinhos caso não freassem a entrada de migrantes e o narcotráfico. Sua declaração provocou um clima de apreensão em ambos os países, que temem um agravamento das relações comerciais e políticas.

Em uma carta que será enviada a Trump, Sheinbaum explicou que a política de controle migratório do México conseguiu reduzir em 75% o número de interceptações de migrantes entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, segundo dados oficiais dos EUA. Ela destacou que aproximadamente metade desses migrantes chega ao país com autorização legal, via o aplicativo CBP One.

A presidente mexicana criticou a postura de Trump, dizendo: "Presidente Trump, não é com ameaças ou tarifas que você vai parar o fenômeno da imigração, nem o consumo de drogas nos Estados Unidos". Em resposta às ameaças de tarifas, Trump também anunciou um adicional de 10% sobre as tarifas já existentes para produtos da China, que ele considera um dos responsáveis pela entrada de drogas no país.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Sheinbaum também abordou um tema polêmico: a origem das armas ilegais utilizadas por criminosos no México. Segundo ela, 70% dessas armas vêm dos Estados Unidos, enfatizando que a produção de armas e o consumo de drogas sintéticas são problemas que devem ser discutidos de forma colaborativa.

Enquanto isso, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, tenta mitigar as tensões, afirmando ter conversado com Trump sobre a importância dos laços comerciais entre os países e os desafios que podem ser enfrentados juntos.

Por outro lado, Trump não se limita a fechar a fronteira para migrantes. Ele também planeja deportações em massa e pretende derrubar as regras que possibilitam a entrada legal de migrantes, incluindo o uso do aplicativo mencionado.

A situação é complexa, e a possibilidade de uma nova guerra comercial entre os EUA e seus vizinhos preocupa analistas. A China, por sua vez, também se prepara para as repercussões, uma vez que Trump já anunciou planos de aumentar tarifas sobre as importações chinesas até que o país tome medidas mais rigorosas contra os narcotraficantes.

A embaixada chinesa em Washington já se manifestou, afirmando que a ideia de que a China permite a entrada de substâncias que alimentam a crise de fentanil nos EUA é infundada e que a guerra comercial não é benéfica para nenhum dos lados.

Veja também:

Tópicos: