Mudanças na política da varejista refletem uma onda de recuos corporativos frente à cultura woke nos EUA.
26 de Novembro de 2024 às 18h23

Walmart abandona iniciativas de diversidade após pressão de ativistas conservadores

Mudanças na política da varejista refletem uma onda de recuos corporativos frente à cultura woke nos EUA.

O Walmart, a maior rede de varejo do mundo, anunciou recentemente uma reavaliação significativa de suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Essa decisão ocorre em um contexto de crescente pressão de ativistas conservadores que questionam a validade e a necessidade de tais iniciativas nas empresas.

As mudanças foram divulgadas após Robby Starbuck, um influente ativista anti-DEI, ameaçar organizar um boicote à varejista poucos dias antes da Black Friday, um dos maiores eventos comerciais do ano. O Walmart confirmou que não usará mais o termo "DEI" em suas comunicações e que deixará de considerar raça e gênero na concessão de contratos com fornecedores.

Além disso, a empresa reduzirá os treinamentos sobre equidade racial para seus funcionários e revisará seu apoio a eventos como as Paradas de Orgulho. Essas decisões marcam uma mudança drástica nas promessas de diversidade que a companhia havia feito anteriormente, especialmente após o assassinato de George Floyd, que impulsionou muitas empresas a intensificarem seus esforços em prol da inclusão.

Um porta-voz do Walmart destacou que as mudanças visam promover um "senso de pertencimento" e abrir oportunidades para todos os colaboradores e clientes. No entanto, essa nova abordagem pode ter repercussões profundas na forma como a empresa é percebida por consumidores que apoiam a diversidade.

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A decisão do Walmart não é isolada. Outras grandes empresas, como Ford e Toyota, também têm recuado em suas políticas de DEI, refletindo um ambiente corporativo que está reconsiderando os riscos e benefícios de tais iniciativas. David Larcker, professor da Stanford Graduate School of Business, comentou que a mudança do Walmart poderá influenciar outras empresas a seguir o mesmo caminho, criando um efeito dominó no setor.

As novas diretrizes da varejista incluem a remoção de produtos que Starbuck considera impróprios, especialmente aqueles que abordam questões de gênero e sexualidade para crianças. O Walmart também está avaliando seu financiamento a eventos que promovem conteúdos considerados "sexuais e/ou relacionados a pessoas trans".

A decisão de reverter políticas de diversidade está em linha com um movimento mais amplo nos Estados Unidos, onde diversas empresas estão enfrentando pressão de grupos conservadores que contestam a eficácia e a legalidade das ações afirmativas. O recente julgamento da Suprema Corte, que limitou ações afirmativas nas universidades, também contribuiu para essa mudança de postura no ambiente corporativo.

Enquanto isso, o Walmart permanece atento às reações de seus clientes e colaboradores, conscientes de que a mudança pode impactar sua capacidade de atrair e reter talentos. A empresa, que emprega mais de 1,6 milhão de pessoas nos EUA, enfatiza que suas decisões são motivadas pelo desejo de criar um ambiente acolhedor e inclusivo.

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