Papa Francisco anunciará tradução das audiências gerais para o mandarim
A partir da próxima semana, as catequeses do Papa nas audiências gerais terão tradução em chinês, ampliando o alcance das mensagens.
O papa Francisco revelou nesta quarta-feira que, a partir da próxima semana, as catequeses pronunciadas durante as audiências gerais na Praça São Pedro também serão traduzidas para o mandarim. A decisão ocorre em meio ao Advento, período que antecede o Natal, e marca um passo significativo nas relações entre o Vaticano e a China.
Atualmente, as mensagens do Papa são pronunciadas em italiano e traduzidas para vários idiomas, incluindo inglês, francês, alemão, espanhol, português, árabe e servo-croata. A inclusão do mandarim reflete a crescente importância da comunidade católica na China, que é estimada entre 10 e 12 milhões de fiéis.
“Na próxima semana, com o início do Advento, a tradução em chinês também estará presente na audiência”, afirmou o Papa ao final da celebração. Este movimento é visto como uma tentativa de aproximar a Igreja Católica dos católicos chineses, que historicamente enfrentaram divisões entre uma igreja leal ao Papa e a Associação Patriótica Católica, que opera sob a supervisão do governo chinês.
As relações diplomáticas entre o Vaticano e a China foram rompidas em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência de Taiwan. Desde então, a normalização das relações tem sido um desafio, mas o Papa Francisco tem priorizado esse diálogo. Recentemente, o Vaticano e a China renovaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, um passo que simboliza um novo nível de confiança entre as partes.
O acordo, que está em vigor desde 2018, permite que a Santa Sé tenha um papel ativo na indicação de bispos, que anteriormente eram escolhidos sem a aprovação do Papa. Apesar dos avanços, o pacto ainda enfrenta críticas por não proporcionar à Igreja a mesma autonomia que possui em outros países.
Com a tradução das catequeses para o mandarim, o Papa espera alcançar um número ainda maior de fiéis, promovendo uma mensagem de inclusão e diálogo em um contexto de tensões políticas e religiosas. A medida será um passo importante para que os católicos na China possam se sentir mais conectados com a Santa Sé e com a mensagem do evangelho.
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