Criminosos utilizam tecnologia avançada para enganar consumidores durante promoções.
27 de Novembro de 2024 às 15h49

Como a Black Friday se torna alvo de golpes com uso de inteligência artificial

Criminosos utilizam tecnologia avançada para enganar consumidores durante promoções.

Com a aproximação da Black Friday, que ocorre na próxima sexta-feira (29), consumidores enfrentam um crescente risco de golpes online. O uso da inteligência artificial (IA) por criminosos para aplicar fraudes tem se tornado cada vez mais sofisticado, deixando muitos desavisados à mercê de armadilhas digitais.

Thaís Campos, designer de 32 anos, foi uma das vítimas de um golpe que prometia ingressos de cinema em troca de participação em uma pesquisa. Após clicar em um anúncio patrocinado e realizar um pagamento via Pix, ela recebeu um e-mail com um link para download dos ingressos, que, no entanto, não funcionava. “Achei estranho, mas como fiz todo o processo pelo celular, pensei que pudesse ter dado algum erro no navegador”, relatou.

Somente ao acessar o site oficial da empresa, Thaís se deparou com um aviso sobre golpistas que estavam se aproveitando do nome da instituição para roubar dinheiro. Embora o valor perdido tenha sido inferior a R$ 50, a indignação com a situação é palpável. “Fico indignada com essas pessoas que criam armadilhas para que a gente caia”, lamentou.

Além de golpes simples, os criminosos têm recorrido a técnicas mais complexas, como o uso de deep fake, que envolve a manipulação de imagens de celebridades para enganar consumidores. Segundo Marcelo Nagy, perito digital, esse tipo de fraude torna difícil perceber que a imagem foi gerada por IA. “Aquela pessoa famosa passa credibilidade por empatia do público, e utilizar essa técnica faz com que a vítima acabe comprando algo que a celebridade desconhece totalmente a procedência”, alertou.

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Os especialistas também destacam que fraudes com áudios gerados por inteligência artificial estão se tornando comuns. Golpistas têm criado mensagens que imitam a voz de familiares ou artistas, induzindo os consumidores a realizar compras em sites falsos. Nagy exemplifica: “Um golpista pode pegar um vídeo de um parente próximo em uma rede social para treinar a IA a falar igual a ele, recomendando uma compra em um site falso”.

As fraudes se intensificam com a criação de sites falsos que imitam lojas conhecidas. Júliana Kastrup, de 33 anos, quase caiu em um golpe ao receber um link de promoção de um site que parecia legítimo. “Desconfiei quando percebi que não havia o botão para fazer login. O domínio era completamente diferente”, contou. Graças à sua precaução, Júliana conseguiu evitar a perda de R$ 500 em compras.

Dados da consultoria Redbelt Security revelam que, desde o início de novembro, foram criadas 4.500 novas páginas falsas direcionadas à Black Friday. Grazielle Viana, especialista em segurança da informação, recomenda que os consumidores verifiquem sempre o domínio oficial das lojas e desconfiem de URLs com alterações sutis.

Para não cair em golpes, os especialistas aconselham: desconfie de ofertas muito atraentes, atente-se ao endereço online do site, evite clicar em links recebidos por mensagens e cheque a reputação do vendedor antes de finalizar a compra. Além disso, o uso de métodos de pagamento seguros, como cartões virtuais, é fundamental para evitar fraudes financeiras.

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