Dados do IBGE revelam que 31,9% das cidades recorrem a lixões, enquanto aterros sanitários estão presentes em apenas 28,6%
28 de Novembro de 2024 às 10h37

Um terço dos municípios brasileiros ainda utiliza lixões para descarte de resíduos

Dados do IBGE revelam que 31,9% das cidades recorrem a lixões, enquanto aterros sanitários estão presentes em apenas 28,6%

Uma pesquisa recém-divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que 31,9% dos municípios brasileiros ainda utilizam lixões como a principal forma de descarte de resíduos sólidos. Essa prática é considerada a menos adequada em termos ambientais, devido à falta de controle e à contaminação que pode causar ao solo e ao lençol freático.

Os dados, apresentados na edição de 2023 da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), mostram que apenas 28,6% das cidades destinam seus resíduos a aterros sanitários, que são considerados a solução mais ambientalmente correta, e 18,7% utilizam aterros controlados.

A pesquisa abrangeu todos os 5.570 municípios do Brasil e revela a disparidade no uso de lixões entre as diferentes regiões do país. A região Norte lidera o uso de lixões, com 73,8% das cidades ainda adotando essa prática. No Nordeste, a cifra é de 51,6%, enquanto no Centro-Oeste, 52,9% dos municípios ainda dependem desse tipo de descarte.

Em contrapartida, o Sudeste apresenta um cenário mais favorável, com apenas 12,1% dos municípios utilizando lixões. Já no Sul, a situação é ainda melhor, com apenas 5,7% das cidades recorrendo a esse método de descarte.

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O IBGE destaca que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, municípios com população superior a 50.000 habitantes deveriam ter eliminado os lixões até agosto de 2023. No entanto, 21,5% dessas cidades ainda continuam a utilizar lixões como destino final dos resíduos.

Além disso, a pesquisa revela que das cidades que possuem serviços de manejo de resíduos sólidos, 60,5% realizam coleta seletiva. No entanto, apenas 56,7% implementaram instrumentos legais relacionados a essa prática, indicando uma lacuna entre a legislação e a execução.

O estudo também aponta que a maioria dos municípios brasileiros (71,4%) já possui um Plano Municipal de Saneamento Básico, que é um requisito legal para a implementação de políticas públicas eficazes na área de saneamento e gestão de resíduos.

Esses dados ressaltam a necessidade urgente de melhorias nas estratégias de manejo de resíduos, especialmente nas regiões onde os lixões ainda são predominantes, como o Norte e o Nordeste. A implementação de políticas públicas eficazes é essencial para garantir um futuro mais sustentável e saudável para a população.

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