Presidenta do PT critica ex-presidente por não ter agido durante tentativa de golpe em 2022 e defende que anistia não seja concedida.
28 de Novembro de 2024 às 14h27

Gleisi provoca Bolsonaro e o chama de covarde por não ter consumado golpe

Presidenta do PT critica ex-presidente por não ter agido durante tentativa de golpe em 2022 e defende que anistia não seja concedida.

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira, 27, ao afirmar que ele é "covarde" por não ter consumado um golpe de Estado no Brasil em 2022. Gleisi, que se manifestou durante uma entrevista à CNN Brasil, destacou que o ex-chefe do Executivo e outras 36 pessoas, incluindo militares e aliados, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por suposta participação em uma tentativa de golpe.

Em suas declarações, Gleisi afirmou: "Eles não concretizaram esse golpe porque têm muita covardia. Bolsonaro é um covarde, um medroso". A deputada argumentou que o ex-presidente "não teve coragem de ir até o final" de suas intenções golpistas. A fala de Gleisi se baseia em documentos reunidos pela PF que indicam uma trama que visava o assassinato do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Gleisi também se referiu ao fato de Bolsonaro ter viajado para os Estados Unidos no final de 2022, afirmando que ele preferiu "ver de fora" a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro, evitando assim se envolver ou ser preso. "Eles iam perder se tentassem, mas tentaram. Ou seja, essa gente está aí conspirando", disse a deputada.

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Durante a entrevista, Gleisi se posicionou firmemente contra a concessão de anistia aos envolvidos na invasão golpista, uma ideia defendida por parlamentares bolsonaristas e pelo próprio Bolsonaro. A deputada argumentou que a comissão especial que analisa o projeto de anistia, instalada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não deve avançar. Ela afirmou: "Anistia vai servir, única e exclusivamente, para dizer: podem fazer novamente".

A presidenta do PT comparou a situação atual com o golpe militar de 1964, onde os responsáveis não foram rigorosamente punidos, alertando que uma nova anistia poderia repetir a história. "Cada vez que um passo é dado no sentido de apaziguar com anistia, a história pode se repetir", enfatizou Gleisi.

Questionada sobre o posicionamento do vice-presidente do PT, deputado e prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá (PT-RJ), que sugeriu manter o julgamento dos principais responsáveis pelos atos, mas anistiar aqueles que participaram de forma "ingênua", Gleisi afirmou que essa visão é isolada e não representa a opinião do partido. "Incautos também têm que pagar. E não sei se tinham incautos ali, porque ninguém vai a uma praça, como foi no 8 de janeiro, vendo a depredação e participando do processo, e é incauto. As pessoas sabem o que é violência, o que é depredação, o que é baderna", concluiu.

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