Crescimento da população da América Latina é menor que o previsto e totaliza 663 milhões
Dados da Cepal mostram que a população da América Latina e do Caribe atingiu 663 milhões, 3,8% abaixo do esperado.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou nesta quinta-feira (28) que a população da região alcançou 663 milhões de habitantes. Este número representa uma redução de 3,8% em relação às projeções feitas há duas décadas, quando se estimava que o total chegaria a 689 milhões até 2023.
O estudo, elaborado pelo observatório demográfico da Cepal, destaca que as taxas de mortalidade e fecundidade na América Latina passaram por uma significativa transformação desde a década de 1950. Naquela época, a fecundidade era alta, enquanto atualmente apresenta níveis baixos. Segundo o relatório, “A mortalidade e a fecundidade na região deixaram de ser altas para serem baixas atualmente”.
Em 2020, a população da América Latina era de 654 milhões, e o declínio na fecundidade é considerado sem precedentes. Na década de 1950, as mulheres na região tinham, em média, 5,8 filhos ao longo de seu período reprodutivo. Este número caiu drasticamente para 1,8 em 2024.
Além disso, a fecundidade entre mulheres de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos apresentou uma queda em todos os países da região desde o início do século XXI. Países como Chile e Costa Rica se destacam, com reduções de 91% e 70%, respectivamente.
O adiamento da maternidade também é uma tendência crescente. Enquanto em 2000 a maioria das mulheres tinha filhos aos 21 anos, a idade média para a maternidade em 2024 é de 24 anos. As projeções da Cepal indicam que essa idade pode chegar a 28 anos até 2050.
Paralelamente ao declínio nas taxas de natalidade, a população da América Latina está envelhecendo rapidamente. Há setenta anos, metade da população tinha 18 anos; atualmente, a média de idade é de 31 anos. A Cepal alerta que “o envelhecimento afeta todas as áreas da política pública e, sobretudo, causa um aumento na demanda por serviços de cuidados de longo prazo”.
Esses dados ressaltam a necessidade de um planejamento adequado por parte dos governos da região, considerando as mudanças demográficas e suas implicações sociais e econômicas.
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