A moeda norte-americana alcançou R$ 6,05, refletindo a desconfiança do mercado em relação a novas medidas fiscais.
29 de Novembro de 2024 às 09h53

Dólar inicia a sexta-feira em alta, superando R$ 6,05 após anúncio fiscal

A moeda norte-americana alcançou R$ 6,05, refletindo a desconfiança do mercado em relação a novas medidas fiscais.

O dólar comercial começou a sexta-feira (29) em alta, alcançando a marca de R$ 6,05 por volta das 9h20. Essa valorização ocorreu após a divulgação de um pacote fiscal pelo governo, que gerou reações negativas entre investidores e inquietação no mercado financeiro.

Logo nas primeiras transações, a moeda americana superou o recorde anterior de R$ 5,99, que foi registrado no fechamento do dia anterior. Às 9h05, o dólar à vista apresentava uma leve alta de 0,19%, sendo cotado a R$ 6,0026. Na B3, o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento também registrava alta de 0,01%, alcançando R$ 6,011.

Na quinta-feira, o dólar à vista teve um fechamento expressivo, com uma alta de 1,30%, o que fez com que o valor nominal atingisse a maior cotação da história, cotado a R$ 5,9910. Esse cenário de alta persistente se deve à desconfiança do mercado em relação às novas medidas fiscais anunciadas pelo governo, que incluem uma proposta de reforma do Imposto de Renda.

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As novas diretrizes fiscais propõem a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 6.980. Porém, essa desoneração será compensada por uma taxação adicional sobre rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais. A implementação dessas mudanças ainda depende da aprovação no Congresso, levando investidores a temerem que os planos do governo possam não ser totalmente cumpridos.

Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, expressou preocupação com a situação econômica, afirmando que a perda de credibilidade do governo em relação ao controle de gastos poderá resultar em uma “elevação brutal” na taxa Selic, a taxa básica de juros. Maciel sugere que o Banco Central pode precisar aumentar os juros em duas ocasiões, cada uma em 100 pontos-base, para conter a pressão inflacionária.

Além disso, o Banco Central realizará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de janeiro de 2025. O cenário atual continua refletindo a aversão ao risco por parte dos investidores, que se mostram cautelosos diante das incertezas fiscais e econômicas.

Com a moeda americana em alta, o mercado financeiro permanece em alerta, aguardando as próximas movimentações do governo e as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros, que serão cruciais para o futuro da economia brasileira.

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