Pelo menos 11 estados brasileiros enfrentam escassez de vacinas, incluindo imunizantes essenciais contra doenças como covid-19 e febre amarela, segundo levantamento realizado entre 11 e 18 de novembro.
22 de Novembro de 2024 às 17h08

Falta de vacinas afeta 11 estados; governo minimiza desabastecimento e aponta soluções

Pelo menos 11 estados brasileiros enfrentam escassez de vacinas, incluindo imunizantes essenciais contra doenças como covid-19 e febre amarela, segundo levantamento realizado entre 11 e 18 de novembro.

Um levantamento recente revelou que 11 estados do Brasil estão enfrentando a falta de diversos tipos de vacinas, o que pode comprometer a imunização da população. A pesquisa, realizada entre os dias 11 e 18 de novembro, mostrou que as secretarias estaduais de saúde relatam escassez de imunizantes, incluindo aqueles destinados à prevenção da covid-19.

Em resposta à situação, o Ministério da Saúde afirmou que "não há falta de vacinas", explicando que a pasta enfrentou desafios temporários na distribuição devido a problemas com fornecedores e à produção limitada em nível global. A nota do ministério também sugere que algumas vacinas podem ser substituídas por outras disponíveis.

A pesquisa consultou as 27 unidades da federação sobre o desabastecimento de imunizantes. Das 16 que responderam, 11 estados — Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins — relataram problemas de abastecimento. Em seis desses estados, a falta de doses está prejudicando a cobertura vacinal.

Entre os imunizantes com irregularidades no abastecimento estão as vacinas contra covid-19, varicela, febre amarela, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e HPV. A Paraíba, por exemplo, está sem entregas de vacinas contra varicela desde julho, enquanto Mato Grosso do Sul e Minas Gerais também enfrentam dificuldades com a disponibilidade de vacinas essenciais.

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Os estados relataram que seriam necessárias centenas de milhares de doses para normalizar a situação. Em Mato Grosso, 160 mil doses seriam suficientes para restabelecer os estoques, enquanto em Pernambuco, a falta parcial de vacinas está comprometendo a imunização de crianças e adolescentes.

Além disso, alguns estados alertaram que, embora as vacinas não tenham se esgotado, há um risco iminente de desabastecimento nas próximas semanas. No Paraná, por exemplo, a previsão é de que sejam necessárias 250 mil doses de vacina contra febre amarela para evitar a escassez.

Em setembro, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios indicou que 64,7% dos 2.415 municípios consultados relataram falta de vacinas. Na ocasião, o Ministério da Saúde reconheceu o desabastecimento, atribuindo-o a problemas de fabricação e logística.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) declarou que não monitora os estoques de vacinas, mas destacou que a desinformação sobre a vacina contra covid-19 prejudicou o programa de imunização. A entidade também enfatizou a necessidade de aprimorar os sistemas de monitoramento e a estrutura de produção de imunobiológicos no Brasil.

O Ministério da Saúde, por sua vez, se comprometeu a buscar alternativas para garantir a imunização da população, incluindo a compra de novas doses e a colaboração com estados e municípios. O ministério informou que uma nova remessa de 1,2 milhão de doses da vacina contra covid-19 foi distribuída aos estados em outubro, e que outras 69 milhões de doses estão previstas para os próximos anos.

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