Candidatos disputam a presidência em um cenário de empate técnico; mudanças econômicas não são esperadas independentemente do vencedor.
24 de Novembro de 2024 às 08h19

Uruguai decide futuro político em segundo turno entre Orsi e Delgado neste domingo

Candidatos disputam a presidência em um cenário de empate técnico; mudanças econômicas não são esperadas independentemente do vencedor.

Os eleitores do Uruguai retornam às urnas neste domingo, 24, para o segundo turno das eleições presidenciais. A disputa é entre Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, do Partido Nacional, em um momento decisivo para o futuro político do país. As pesquisas indicam que Orsi está à frente, mas a diferença em relação a Delgado está dentro da margem de erro, o que caracteriza um cenário de empate técnico.

Orsi, de 57 anos, e Delgado, de 55, representam visões opostas para o Uruguai, que é conhecido por sua estabilidade política e econômica na América Latina. O atual presidente, Luis Lacalle Pou, que não pode concorrer à reeleição devido à Constituição, deixa o cargo com uma alta taxa de aprovação, o que torna a escolha dos eleitores ainda mais crítica.

A Frente Ampla, que governou o Uruguai por 15 anos até 2019, aposta em Orsi para recuperar a presidência. Durante uma recente manifestação, Silvia Martínez, uma eleitora de 60 anos, expressou seu apoio ao candidato de esquerda, afirmando que o país estava em melhores condições durante o governo da Frente Ampla. O ex-presidente José Mujica, uma figura emblemática da esquerda uruguaia, tem sido um forte aliado de Orsi, mesmo enfrentando problemas de saúde.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

O primeiro turno, realizado em 27 de outubro, viu Orsi receber 43,9% dos votos, enquanto Delgado ficou com 26,8%. Apesar da vantagem, analistas alegam que a disputa é acirrada. Eduardo Bottinelli, sociólogo e diretor da consultoria Factum, destaca que a eleição deve ser decidida por uma margem estreita, possivelmente inferior a 50 mil votos, similar ao resultado de 2019, que foi decidido por apenas 37 mil votos.

Os analistas acreditam que, independentemente do vencedor, não se esperam grandes mudanças na política econômica do país. Orsi tende a priorizar a integração regional com o Mercosul, enquanto Delgado busca uma maior abertura ao comércio internacional. Ambos os candidatos se comprometeram a não aumentar impostos e a combater a criminalidade, um tema que preocupa profundamente os eleitores uruguaios.

À medida que a campanha se aproxima do fim, Orsi e Delgado se mostram confiantes. Orsi prometeu uma “atitude firme” para implementar as reformas necessárias, enquanto Delgado acredita que uma “maioria silenciosa” o apoiará nas urnas. O diálogo entre os dois blocos políticos será crucial após as eleições, uma vez que nenhum deles possui uma maioria clara no parlamento.

Os uruguaios, reconhecidos por seu engajamento cívico, esperam que o processo eleitoral transcorra de maneira pacífica, com a aceitação do resultado por parte do perdedor, o que é uma característica marcante da democracia uruguaia.

Veja também:

Tópicos: