Yamandú Orsi é projetado como novo presidente do Uruguai após eleições acirradas
Se confirmadas as projeções, Orsi sucederá Lacalle Pou e marcará o retorno da esquerda ao poder.
O candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, aparece como o provável vencedor das eleições presidenciais no Uruguai, segundo as primeiras projeções divulgadas na noite deste domingo (24). Com o apoio do ex-presidente José “Pepe” Mujica, Orsi teria conquistado 49,0% dos votos, enquanto seu adversário, Álvaro Delgado, do Partido Nacional, teria obtido 46,6%, conforme dados do Canal 10. Já o Canal 12 indica uma margem semelhante, com Orsi alcançando 49,5% e Delgado, 45,9%.
A expectativa é que a Corte Eleitoral divulgue o resultado oficial por volta das 22h, embora a apuração possa se estender até a madrugada, caso a diferença entre os candidatos seja muito estreita.
Yamandú Orsi, de 57 anos, é ex-governador do departamento de Canelones e professor de história. Sua trajetória política remonta ao fim da ditadura militar no país, em 1984, e ele é visto como um dos herdeiros políticos de Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015. Orsi se destacou por suas promessas de políticas voltadas para o meio ambiente, apoio aos pequenos produtores e inclusão social.
Em sua campanha, Orsi foi frequentemente visto em momentos informais, como tomando mate ou passeando com seu cachorro, o que lhe conferiu uma imagem acessível e próxima da população. Ele declarou que, se eleito, não residirá na residência presidencial, seguindo o exemplo de Mujica.
O atual presidente, Luis Lacalle Pou, parabenizou Orsi via redes sociais e se colocou à disposição para iniciar a transição de governo. A vitória de Orsi representaria um retorno da esquerda ao poder, após a ascensão de Lacalle Pou em 2020, e poderia trazer uma nova perspectiva política ao país, que tem se concentrado em líderes oriundos da capital, Montevidéu.
Se as projeções se confirmarem, Orsi será o primeiro presidente do interior do Uruguai desde a redemocratização, o que marca um momento significativo na história política do país. O novo presidente deverá enfrentar o desafio de promover um diálogo construtivo e implementar mudanças que atendam às demandas sociais e econômicas de uma nação com 3,5 milhões de habitantes.
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