Decisão do STF busca garantir dignidade e acessibilidade nos serviços funerários na capital paulista.
24 de Novembro de 2024 às 15h05

Ministro Flávio Dino determina volta aos preços antigos para serviços funerários em SP

Decisão do STF busca garantir dignidade e acessibilidade nos serviços funerários na capital paulista.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma determinação neste domingo, 24, que obriga a Prefeitura de São Paulo a retomar a cobrança dos serviços funerários com os valores vigentes antes da privatização, que ocorreu no início de 2023.

A decisão surge em resposta a críticas sobre os altos preços praticados pelas empresas que assumiram a gestão dos serviços funerários na cidade. De acordo com a nova regra, os valores devem ser atualizados apenas com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), visando evitar uma cobrança excessiva.

A liminar acata parte do pedido do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que questiona a legalidade da privatização dos serviços funerários na capital. A determinação é provisória e permanecerá em vigor até que o STF analise o mérito da ação.

Em sua justificativa, Dino destaca que a medida busca prevenir danos irreparáveis às famílias paulistanas, que enfrentam um serviço público que, segundo ele, não atende aos padrões de dignidade humana e acessibilidade. O ministro afirma que, apesar da intenção de modernização da gestão pública, a privatização trouxe à tona sérias violações de direitos fundamentais.

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Entre os problemas identificados estão a deterioração de cemitérios, com túmulos vandalizados e acúmulo de lixo, além da falta de informações sobre os serviços disponíveis e as opções de gratuidade. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) no início do ano revelou diversas falhas na administração dos cemitérios, incluindo a ausência de segurança e infraestrutura adequada.

Além disso, a privatização dos serviços funerários foi um tema relevante nas últimas eleições municipais, onde candidatos debateram a necessidade de reverter o contrato de concessão. O ex-candidato Guilherme Boulos, do PSOL, criticou a privatização, referindo-se a ela como um “mercado da morte”, e expressou a intenção de reverter a situação.

Os preços atuais dos serviços funerários variam significativamente, com o valor mais baixo sendo de R$ 585,80 para o serviço social, enquanto os pacotes de maior categoria podem ultrapassar R$ 5.700. Antes da privatização, os custos eram consideravelmente menores, o que gerou uma onda de descontentamento entre a população.

Por fim, a decisão do ministro Flávio Dino reflete uma tentativa de ajustar as práticas de cobrança e garantir que o serviço funerário na cidade respeite os direitos dos cidadãos, além de reafirmar a necessidade de um atendimento mais humano e acessível.

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