Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto com 11 disparos em frente a mercado na Zona Sul da capital paulista.
02 de Dezembro de 2024 às 22h17

Vídeo: Policial militar atira em jovem negro durante tentativa de furto em SP

Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto com 11 disparos em frente a mercado na Zona Sul da capital paulista.

Um trágico incidente ocorreu na noite de 3 de novembro, no bairro Jardim Prudência, em São Paulo, onde o jovem Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto a tiros por um policial militar fora de serviço. O jovem, acusado de furtar produtos de limpeza de um mercado Oxxo, foi atingido por 11 disparos enquanto tentava escapar.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Gabriel entrou no mercado às 22h44 e pegou quatro pacotes de sabão. Ao tentar fugir, ele escorregou em um papelão e caiu no chão do estacionamento. O policial, que estava realizando compras, sacou sua arma e disparou diversas vezes contra o jovem, que já estava em fuga.

O boletim de ocorrência aponta que Gabriel foi atingido por 11 tiros, incluindo no tórax e nos braços. A versão do policial, Vinicius de Lima Britto, afirma que ele agiu em legítima defesa, alegando que o jovem estaria armado e com a mão no bolso do moletom. Contudo, essa declaração é contestada por familiares e advogados de Gabriel.

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A advogada da família, Fátima Taddeo, expressou indignação com a quantidade de disparos e questionou a legitimidade da defesa do policial. “A vida dele estava valendo mais do que uma caixa de sabão. Um policial treinado não precisaria disparar tantas vezes para conter uma situação como essa”, afirmou.

Silvia Aparecida da Silva, mãe de Gabriel, afirmou que seu filho lutava contra o vício em drogas, mas era um “menino doce” que sonhava em dar uma vida melhor para a família. “Ele tinha apenas 26 anos e uma vida inteira pela frente. Estou destruída”, lamentou Silvia.

Após o incidente, a família de Gabriel procurou informações e descobriu sobre sua morte ao chegar ao mercado, onde um funcionário informou que um “nóia” havia sido morto. As circunstâncias da morte e a versão apresentada pelo policial geraram uma onda de protestos e questionamentos sobre a atuação da polícia em casos que envolvem jovens da periferia.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o caso está sob investigação no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O policial Vinicius está afastado de suas funções operacionais enquanto o inquérito prossegue. A defesa do agente não foi localizada para comentar o caso.

Este caso levanta questões sobre a violência policial e a necessidade de uma investigação minuciosa para que a justiça seja feita, além de refletir sobre o tratamento desigual que jovens negros recebem em situações de abordagem policial.

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