Crescimento do PIB brasileiro atinge 0,9% no terceiro trimestre de 2024, aponta IBGE
O resultado superou a expectativa de avanço de 0,8% e reflete a força do consumo das famílias.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, conforme os dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é considerado positivo, uma vez que superou as expectativas do mercado, que previa uma expansão de 0,8% para o período.
A demanda interna, especialmente o consumo das famílias, foi um dos principais motores desse crescimento. O consumo das famílias cresceu 1,5%, enquanto os gastos do governo aumentaram 0,8%. Os investimentos também mostraram um desempenho robusto, com uma alta de 2,1% no trimestre.
No que diz respeito à oferta, os setores de serviços e indústria tiveram desempenhos significativos, com altas de 0,9% e 0,6%, respectivamente. No entanto, o setor agropecuário enfrentou dificuldades, apresentando uma queda de 0,9%. Essa dinâmica reflete um cenário em que os serviços continuam a ser fundamentais para a economia brasileira, representando cerca de 70% do PIB.
Comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento do PIB foi ainda mais expressivo, alcançando 4%. Essa alta anual demonstra a recuperação da economia, que, segundo analistas, pode ser atribuída à continuidade de políticas de estímulo ao consumo e ao fortalecimento do mercado de trabalho, que apresenta taxas de desemprego nas mínimas históricas.
Embora o crescimento do terceiro trimestre tenha sido considerado satisfatório, especialistas alertam para a possibilidade de um aquecimento excessivo da economia, que pode resultar em pressões inflacionárias. A economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro da Fundação Getulio Vargas, destacou que “o custo já apareceu; não veio de graça, não tem almoço grátis” ao se referir às consequências desse crescimento.
As projeções para o PIB de 2024 permanecem otimistas, com estimativas que indicam um crescimento acima de 3%. O resultado do terceiro trimestre alinha-se com os dados do Boletim Focus, pesquisa realizada pelo Banco Central, que previa um crescimento de 3,2% para o ano.
Os dados mensais de atividade econômica, incluindo indústria, varejo e serviços, têm mostrado um desempenho melhor do que o esperado, o que levou a revisões nas expectativas de crescimento para o trimestre. A manutenção do consumo das famílias e o aumento dos investimentos são fundamentais para sustentar essa trajetória positiva.
Com um PIB totalizando R$ 3 trilhões, o Brasil continua a se posicionar como uma economia em recuperação, apesar dos desafios globais e internos. A expectativa é que essa tendência de crescimento se mantenha, desde que as condições econômicas e políticas sejam favoráveis.
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