Governo russo critica ajuda dos EUA à Ucrânia e afirma que Biden deseja prolongar conflito
A nova remessa de armamentos, avaliada em US$ 725 milhões, foi chamada de 'lenha na fogueira' pelo Kremlin.
Na última terça-feira, o governo russo manifestou sua indignação em relação à decisão dos Estados Unidos de enviar um novo pacote de armamentos para a Ucrânia, com um valor estimado em US$ 725 milhões. Segundo autoridades de Moscou, essa medida evidencia a intenção da administração Biden de intensificar o conflito na região, em vez de buscar uma solução pacífica.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou que a nova assistência incluirá mísseis Stinger, munições para os sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), drones e minas terrestres. Essas informações foram divulgadas em uma declaração na segunda-feira anterior.
Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou: “O governo atual está buscando seus próprios objetivos; sua linha é impedir que essa guerra desacelere.” Ele complementou que a ação dos EUA representa um esforço deliberado para “colocar mais lenha na fogueira” do conflito, que já causou imensos danos e perdas humanas.
Peskov também destacou que, apesar do aumento na ajuda militar, esses pacotes não são capazes de alterar o curso dos eventos no terreno, nem impactar as dinâmicas nas linhas de frente. “Essas ações não podem mudar a realidade da guerra, que se intensifica a cada dia”, disse.
O recente anúncio dos Estados Unidos marca um aumento significativo no uso da Presidential Drawdown Authority (PDA), um mecanismo que permite à administração retirar armas dos estoques para auxiliar aliados em situações de emergência. Nos últimos meses, os valores dos anúncios de PDA variaram entre US$ 125 milhões e US$ 250 milhões, mas agora a quantia destinada à Ucrânia atinge um novo patamar.
Estima-se que Biden tenha autorização para utilizar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões em PDA, já aprovados pelo Congresso, antes que o presidente eleito, Donald Trump, assuma o cargo em 20 de janeiro. Essa situação levanta preocupações sobre a continuidade da política externa americana em relação ao conflito na Ucrânia.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, já resultou em consequências devastadoras, incluindo milhares de mortos e um impacto econômico significativo. A invasão russa foi amplamente condenada pela comunidade internacional, que impôs sanções severas ao Kremlin.
A crise se intensificou recentemente, com a utilização de armamentos sofisticados, como mísseis hipersônicos, por parte das forças russas. A situação permanece tensa, enquanto os líderes mundiais buscam formas de mediar um cessar-fogo e restaurar a paz na região.
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